Insegurança Pública

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São Paulo, o estado mais rico do Brasil, viveu momentos de terror e medo, neste mês de maio. O Primeiro Comando da Capital (PCC) desencadeou ações contra policiais civis e militares num movimento inédito pela dimensão e alcance. Os brasileiros todos reflexivamente se assustaram com o que aterrorizou os paulistas.

Dois seqüestros recentes no Ceará mostram que o crime organizado age também em nosso Estado. E é evidente que a insegurança pública é um drama político nacional que não comporta proselitismo político, análises superficiais nem adiamento de se assumir, pelo menos, a questão existente como elemento central da agenda nacional.

Novamente, aqui, nos valemos do jornalista Valdemar Menezes (O POVO, de 28/05/06) para comentar o assunto:

“… Os dois seqüestros ocorridos esta semana, em Fortaleza, envolvendo a classe média alta, no momento mesmo em que a questão da segurança pública está na ordem do dia, são preocupantes. A banalização dos seqüestros-relâmpagos já era um indicativo da mudança em curso. Nos dois últimos seqüestros, no entanto, fica claro o profissionalismo. É preciso não deixar o câncer prosperar. Isso requer profissionalismo, igualmente, da Polícia. Acabou a época de amadorismo. O desafio não é fácil. Requer uma estruturação da área de segurança, mas dentro de critérios democráticos e realistas: mesmo que se consiga algum dinheiro para investimento na segurança pública, ainda se ficará muito aquém das necessidades. O que quer dizer: será necessário trazer parceiros para esta luta. A primeira parceria da Polícia deve ser com a sociedade. Não será com truculência, nem chamando de volta as “Rotas” da vida que se avançará nesta aliança. Será necessário, é claro, usar de energia com os bandidos, o que quer dizer a possibilidade de matá-los em confronto. Mas, passar à execução pura e simples, seja de suspeitos, seja de criminosos já rendidos, é alimentar um monstro que se voltará na primeira oportunidade contra a sociedade. São Paulo é um exemplo disso”.

Não há respostas fáceis para a dimensão do problema a ser enfrentado. Ações imediatas e ações estruturais precisam ser combinadas com a legitimidade de serem ações da sociedade implementadas por órgãos públicos e pela própria sociedade viva. O Sindicato dos Bancários se sente, também, obrigado a participar do debate e, assim sendo, brevemente estaremos promovendo um grande seminário sobre a (in) segurança pública. Está o sindicato ciente de que este é um assunto presente na vida dos trabalhadores em geral e dos bancários em particular.