A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (CONTRAF) já decidiu: o ano de 2007 terá como prioridade na agenda de lutas específicas no primeiro semestre as reivindicações em torno da isonomia.
Os anos 90 foram difíceis – já os comentamos nesta página. Passado o período tucano, os trabalhadores dos bancos públicos mudaram de perspectivas e começaram a recuperar alguns direitos. Um percurso se iniciou e não pode ser interrompido – é hora de avançar. É este o rumo inarredável para o qual o Sindicato aponta – de não acomodação e de lutas. E de acompanhamento atento de tudo que ocorre no mundo político. Um exemplo, a seguir, nos chama a atenção.
Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei de extrema importância para correção deste tratamento desigual dado a bancários da rede pública, em especial. Trata-se do Projeto de Lei 6259/2005 que prevê a isonomia salarial, de benefícios e de vantagens para os empregados do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, do Banco do Nordeste e do Banco da Amazônia. Inácio Arruda (PCdoB/CE) e Daniel Almeida (PCdoB/BA) são os autores da iniciativa parlamentar. Eles argumentam, com procedência e consistência, a institucionalização da injustiça e da criação de uma classe de trabalhadores de segunda categoria que, apesar de realizarem as mesmas tarefas e serviços, recebem remuneração, benefícios e vantagens inferiores. Desnecessário ratificar o aplauso e o apoio a esta iniciativa destes companheiros – aliados históricos do movimento sindical.
A justificativa do projeto lembra que “tais discriminações não se coadunam com os ventos democráticos que soprar e pairam sobre o País, além de se constituírem uma afronta ao princípio da isonomia”.
Assim, os trabalhadores bancários encetarão uma luta decidida para que o projeto de lei 6259/2005 seja aprovado, com a maior brevidade possível, sem prejuízo das pressões e negociações com as direções dos bancos públicos para que refaçam o ambiente organizacional aonde a igualdade não seja mera retórica.