Itaú fecha 708 empregos no 1º trimestre chegando a 14 mil em dois anos

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O Itaú apresentou lucro líquido recorrente de R$ 3,512 bilhões no primeiro trimestre, praticamente o mesmo (redução de 0,9%) em relação a igual período de 2012. Esse resultado representa uma rentabilidade anualizada de 19,1%, o dobro da rentabilidade média das instituições financeiras dos Estados Unidos e da Europa. Mesmo assim, o maior banco privado do País eliminou mais 708 postos de trabalho nos primeiros três  meses do ano. Com isso, já são 14.407 empregos cortados pelo Itaú desde março de 2011.


Segundo a empresa EFC Consultores, em reportagem publicada pelo jornal Brasil Econômico de 13/3 último, a rentabilidade média dos bancos norte-americanos e europeus varia entre 9% e 10%. Esses números coincidem com estudo realizado pela consultoria Economática, segundo o qual as instituições financeiras dos Estados Unidos apresentaram um retorno sobre o patrimônio de 9,93% na média, em 2012.


“O Itaú é o banco que tem maior rotatividade do sistema financeiro, apesar do alto lucro. Fecha postos de trabalho na contramão da economia do País, pois neste momento o restante da economia está gerando empregos e o Itaú demitindo” critica Ribamar Pacheco, diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará e representante da Fetrafi/NE na COE Itaú.


A economia brasileira gerou 1,3 milhões de novos empregos em 2012, segundo dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego.


Cresce ganho com tarifas – O Itaú aumentou as receitas de prestação de serviço em 9,4% no primeiro trimestre, em contraste com crescimento de 16,95% nas rendas de tarifas bancárias. As despesas de pessoal, por sua vez, tiveram crescimento de 7,6%, atingindo R$ 3,65 bilhões. Esses resultados impactaram na elevação da cobertura dessas despesas, que passou de 147,5% para 152,9%. Isso significa que o banco paga todas as despesas de pessoal apenas com receitas de serviços e tarifas com um excedente equivalente a 52,9% da soma destas receitas. O índice de inadimplência superior a 90 dias passou de 5,1% em março do ano passado para 4,5% agora (-0,1 p.p.). Com isso, as despesas de PDD tiveram redução de 18%, somando R$ 4,945 bilhões em março de 2013.


Gastos com segurança – Em março de 2013, o banco gastou o equivalente a 3,73% do seu lucro líquido em despesas com segurança, num total de R$ 131 milhões. Em março de 2012, foram gastos R$ 133 milhões nessas despesas, o que representou 3,75% do lucro registrado naquele ano.