Itaú lucra R$ 16,3 bi, mas corta 2.753 postos de trabalho

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O Itaú divulgou balanço do 3º trimestre, dia 31/10, em que apresenta lucro líquido de R$ 5,394 bi. Nos nove primeiros meses de 2016, o lucro líquido recorrente do banco foi de R$ 16,3 bilhões. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio anualizado foi de 20%, com redução de 4,5 pontos percentuais em doze meses.


Mesmo com altíssimo patamar de rentabilidade – muito acima do que se verifica no sistema financeiro internacional – e lucrando muito em meio a profunda crise econômica que o País atravessa, o banco continua a fechar agências e a demitir funcionários. Nos últimos doze meses foram cortados e 2.753 postos de trabalho e 207 agências foram fechadas no período.


Segundo a análise do Dieese, a cobertura das despesas de pessoal pelas receitas secundárias do banco foi de 151,2%. As receitas com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceram 8,8% em doze meses e somaram R$ 24,6 bilhões.


Esse resultado se deu em função, principalmente, do crescimento das provisões (PDD’s) – R$ 20,3 bilhões (alta de 16,3%) – e das despesas com impostos e contribuições no montante de R$ 11,97 bilhões, tendo em vista que em 2015, o banco fez uso de créditos tributários e teve, por sua vez, uma receita de R$ 12 bilhões.


O número de empregados da holding no Brasil ao final do segundo trimestre foi de 81.737. No que se refere à rede de atendimento, foram criadas 56 “agências digitais”.


“O banco domina o mercado brasileiro, sua rentabilidade é altíssima, conforme mais uma vez demonstrado no balanço, mas reduz postos de trabalho, o que aumenta a pressão e piora as condições de trabalho. Investir em agências virtuais reduz o emprego, enquanto há sobrecarga de trabalho, causando adoecimento para os bancários e atendimento ruim para a população”
Ribamar Pacheco, diretor do Sindicato e representante da Fetrafi/NE na COE Itaú