Juros dos bancos subiram, apesar da queda da Selic

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O ano de 2007 terminou com os juros bancários nas alturas. Enquanto a taxa básica de juros, a Selic, foi reduzida em dois pontos percentuais, os juros médios praticados pelos dez maiores bancos brasileiros permaneceram praticamente estáveis, conforme revela estudo feito pela Fundação Procon/SP e divulgado dia 26/12.


Conforme o levantamento do Procon realizado mensalmente de janeiro a dezembro, na média os dez maiores bancos que atuam no País cobraram 5,27% mensais de juros para o crédito pessoal, praticamente o mesmo percentual do ano passado: 5,30%. Já os juros do cheque especial tiveram aumento, passando de 8,15% ao mês em 2006 para 8,21% ao mês em 2007. Enquanto isto, a Selic passou de 13,25% anuais para 11,25 – uma queda de dois pontos percentuais.


“O estudo da Fundação Procon mostra aquilo que os bancários vêm denunciando há anos. Os bancos estão abusando dos juros cobrados dos clientes, explorando a sociedade e impedindo o desenvolvimento do País. Até alguns anos atrás, os banqueiros tinham uma ladainha pronta para explicar os juros estratosféricos. Entre os argumentos que usavam estavam o alto valor da taxa Selic e a inadimplência. Todos esses fatores estão em queda, mas os bancos não diminuem os juros, e assim tentam lucrar cada vez mais”, comenta Vagner Freitas, presidente da Contraf-CUT.


O Procon ressaltou que nem mesmo os sucessivos cortes na taxa Selic foram suficientes para gerar um movimento de queda nos juros bancários. No caso do empréstimo pessoal, a diferença entre o maior e menor valor apurados chegou a 45,41%. A taxa mais onerosa foi a do Banco Real (6,18% ao mês). Na média, o consumidor está fazendo empréstimos com juros de 5,32% ao mês, valor apenas 0,04 pontos percentuais a menos do que em 2006.


No caso do cheque especial a taxa média ficou em 8,24% ao mês, o que representa um aumento de 0,04 pontos percentuais em relação ao valor pago em 2006. A diferença entre a maior e a menor ficou em 29,03%, sendo a maior cobrada pelo Banco Safra (9,29% ao mês) e a menor pela Caixa Econômica Federal (7,20% ao mês).