Lucro com tarifas dos 4 maiores bancos cresce 12,25% e atinge R$ 44,9 bi

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Além das tradicionais operações de crédito, ao fim do terceiro trimestre deste ano os bancos elevam também os ganhos com prestação de serviços e tarifas bancárias, o que demonstra uma diversificação cada vez mais acentuada das receitas. Para especialistas, essa é uma tendência, já que há aumento da base de clientes e redução do spread bancário com a queda das taxas de juros. Para o consumidor, as regulamentações definidas pelo Banco Central auxiliaram na transparência das informações, mas ainda são insuficientes para estimular a queda das cobranças.


Ao somar os quatro grandes bancos de capital aberto, no acumulado de nove meses, as receitas atingem R$ 44,9 bilhões, alta de 12,25% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram de R$ 40 bilhões. O maior volume registrado ao fim de setembro é do Itaú Unibanco, de R$ 13,96 bilhões, alta de 11% ante setembro de 2010. Somente no terceiro trimestre, o banco faturou R$ 4,820 bilhões, crescimento de 3,17% ante o período de abril a junho deste ano.


O Banco do Brasil também apresenta significativa elevação, de 11% na comparação anual, para R$ 13,2 bilhões, sendo que de julho a setembro as rendas somam R$ 4,720 bilhões, alta de 7,57% ante o segundo trimestre. No total de nove meses, o Bradesco totaliza R$ 11,14 bilhões em receitas de prestação de serviços, crescimento de 13,63% sobre o mesmo período de 2010. De julho a setembro, os ganhos chegam a R$ 3,876 bilhões, sendo que as rendas de cartão são responsáveis por R$ 1,299 bilhões. Na comparação com os primeiros nove meses de 2010, o Santander cresce 15,10%, de R$ 5,76 bilhões para R$ 6,63 bilhões. No terceiro trimestre, os ganhos chegam a R$ 2,255 bilhões.


A partir das regulamentações do Conselho Monetário Nacional (CMN) e Banco Central, 3.518, de 2008, e 3.919, de 2010, os bancos necessitam respeitar regras para tarifas, como reajuste de seis em seis meses e a não cobrança em serviços essenciais. Apesar das limitações, os ganhos continuam em alta. O BC reagiu, mas adiantou muito pouco, porque se o regulador limita o número de tarifas a serem cobradas, o banco refaz o preço para compensar.

Ranking de reclamações – O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) informa que após três anos de vigência da norma, ainda não houve o aumento da concorrência. Segundo o Idec, desde a regulamentação o valor referencial das tarifas avulsas cresceu 20%, renda 38% e o volume de clientes aumentou 23%. Entretanto, a cobrança indevida continua a liderar o ranking de reclamações. “Para os consumidores, a principal conquista com a regulamentação foi a oferta gratuita de um conjunto mínimo de serviços necessários para a conta corrente, denominado Serviços Essenciais. Outras conquistas também foram importantes, como o fim das tarifas de liquidação antecipada, renovação cadastral e boleto bancário”, informa o instituto.