Lucros do Bradesco, Itaú e Santandersó crescem, mas continuam demitindo

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Em meio a Campanha Nacional dos Bancários 2018, são divulgados os lucros de três bancos privados que compõem a mesa de negociação da Fenaban, e uma das nossas reivindicações é justamente o fim das demissões e mais contratações para combater a sobrecarga de trabalho, o alto nível de adoecimento da categoria e melhorar o atendimento à população.


Os bancos mesmo apresentando resultados cada vez maiores, não se constrangem em cortar postos de trabalho. Com seus lucros em crescimento ascendente precisam ter responsabilidade social e não colaborar para aumentar ainda mais a já altíssima taxa de desemprego no país.


O BRADESCO obteve, no 1º semestre de 2018, lucro líquido recorrente de R$ 10,263 bilhões, crescimento de 9,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Em 12 meses (junho de 2017 a junho de 2018) já são 7.460 vagas a menos. Apenas com a receita de prestação de serviços e tarifas bancárias, que tiveram alta de 6,1% e alcançaram R$ 12,4 bilhões, o Bradesco cobre 132% do total das suas despesas com pessoal.


O SANTANDER segue com lucro nas alturas. No 1º trimestre de 2018, o banco espanhol obteve lucro líquido gerencial de R$ 5,884 bilhões, um crescimento de 27,5% em relação ao mesmo período de 2017. No trimestre, o crescimento foi de 5,8%. Entretanto, mesmo com o resultado de saltar os olhos, o Santander cortou 847 postos de trabalho entre o início de abril e o final de junho. A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceu 12,1% em doze meses, totalizando R$ 8,4 bilhões. No 1º semestre de 2018, somente com o que arrecadou com tarifas cobradas dos clientes, o Santander cobriu em 183% toda a sua despesa com pessoal mais PLR.


O ITAÚ obteve lucro líquido recorrente de R$ 12,8 bilhões no primeiro semestre de 2018, que corresponde a um crescimento de 3,7% em relação ao mesmo período de 2017, ano em que obteve o maior lucro da história de uma instituição financeira no Brasil. Com isso, a rentabilidade do banco subiu de 21,8% para 22% no período. As receitas do Itaú com prestação de serviços e tarifas bancárias tiveram elevação de 8,9%, chegando a R$ 18,8 bilhões no semestre. Apenas com essa receita, o banco cobre 166,3% do total de suas despesas de pessoal, ou, em outras palavras, o Itaú paga toda a sua folha salarial, incluindo PLR, e ainda sobram R$ 7,5 bilhões.


“O lucro cresceu, as despesas com pessoal reduziram, com grande número de funcionários demitidos, os clientes estão sendo explorados e o atendimento é precário devido à falta de funcionários. Esse é o quadro da lucratividade dos bancos”
Clécio Morse, diretor do SEEB/CE