Luta contra privatização do BEC intensificada em 2005

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O ano de 2005 para os bancários do Ceará foi marcado por muita luta contra a onda privatista. O Sindicato dos Bancários e a Associação dos Funcionários do Banco do Estado do Ceará (AFBEC) intensifcaram a luta contra a privatização do BEC, que já era pretendida pela gestão de Tasso Jereissati no estado, desde 1995.

O Sindicato defendia a incorporação do BEC ao Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Em manifestações, o Sindicato reivindicava o pagamento do déficit atuarial da Cabec, que era em torno de R$ 72 milhões, e a não recondução da diretoria atual do BEC, investigada pela Controladoria Geral da União (CGU) em março, devido a prejuízos decorrentes de operações de compra e venda de títulos públicos e contratações ilegais de pessoal.

Após forte batalha judicial, que derrubou 12 tentativas de leilão do BEC desde 2002, quatro só em 2005, o Bradesco deu o lance de R$ 700 milhões em leilão de 21/12/05 e faturou o BEC. O Banco Estadual do Ceará, de 41 anos, tinha 69 agências no Ceará e uma em Brasília (DF), o que representava 19,01% das instituições bancárias presentes no estado, mais de 281 mil contas correntes e 863 funcionários ativos.

Greve – “Banqueiro não é flor que se cheire” foi o tema da campanha salarial de 2005, uma referência a setembro, mês de primavera. Mas, como nem tudo são flores, a campanha desse ano foi marcada por forte resistência dos banqueiros e truculência policial. As manifestações em frente dos bancos Bradesco, Itaú e Real foram recebidas com violência, numa tentativa de impedir o direito de greve dos trabalhadores. Um diretor do Sindicato foi agredido pela polícia militar à frente de uma agência. A greve de 2005 durou seis dias e garantiu um reajuste salarial de 6%.