“Margarida, Margarida, nossa Marcha tem seu nome. É melhor morrer na luta, do que morrer de fome”. Com estas palavras de ordem, mais de 100 mil trabalhadoras de Norte a Sul do País, do campo e da floresta, deixaram a Cidade das Margaridas, no Parque da Cidade, na quarta-feira, 17/8, em Brasília, onde estavam acampadas, e marcharam rumo ao Congresso Nacional, durante a 4ª edição da Marcha das Margaridas.
CUT/CE E FETRAECE NA MARCHA – Participante da 4ª edição das Marcha das Margaridas, a Secretária de Formação da CUT/CE, Lúcia Silveira, afirmou que se conseguiu um grande ato político na esplanada dos ministérios. De acordo com Lúcia, o evento reuniu reivindicações tanto específicas de categorias como pautas gerais de mulheres.
Segundo a sindicalista, antes a Marcha das Margaridas era apenas voltada para o movimento rural. Esse ano nós juntamos os urbanos com os rurais. “Até as pautas de reivindicações não eram focadas no rural, eram focadas na água, na floresta…”, explicou.
De acordo com a secretária, atualmente vive-se um momento de engajamento na luta das mulheres por seus direitos. “As mulheres hoje fazem a diferença. Buscam igualdade de oportunidades, por direitos que até então ficavam muito só no discurso. Hoje, as mulheres criam diversas associações, criam entidades e que através dessas entidades elas tentam se fortalecerem”.
DELEGAÇÃO DO CEARÁ – Embora o evento tivesse como título “Marcha das Margaridas”, para a caminhada de 9 km na capital da República, a delegação cearense, composta por quase duas mil pessoas, também contou com a participação masculina. “Levamos as Margaridas e os Cravos”, disse a secretária Lúcia Silveira. Além da CUT, com 80 pessoas, a delegação cearense teve a participação dos membros da Federação dos Trabalhadores e das Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Ceará.
“Foi tudo positivo, superou nossas expectativas. A gente demonstrou o tamanho da nossa mobilização”. O balanço é da secretária de Mulheres da CUT/CE, Carmem Santiago. Ela destaca que a caravana do Ceará “fez bonito” na Marcha, contribuindo margaridas e cravos para manifestantes de todo Brasil, visando uma grande mobilização. “Agora, continuaremos mobilizadas para avançar cada vez mais na pauta”, defende.
A presidenta Dilma Rousseff entregou o caderno de respostas às reivindicações feitas pelas margaridas, sendo recebidas por Carmen Foro, secretária de Mulheres da Contag e secretária de Meio Ambiente da CUT.
“Muitas das demandas foram acatadas, outras demandas nós vamos continuar a conversa. A maior conquista dessa marcha das margaridas é a continuidade do diálogo com o governo. Eu me comprometo a dar continuidade a esse dialogo respeitoso e companheiro que nós temos, iniciado no governo Lula”, prometeu.