Mais de 150 mil demissões e arrocho de 1995 a 2002

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Durante o governo tucano, o achatamento, também conhecido como arrocho salarial, veio lado a lado com uma verdadeira onda de demissões, voluntárias ou não, nos bancos públicos, quando os funcionários eram, literalmente, “convidados a se retirarem” das instituições.


De 1995 a 2002, a categoria foi reduzida em 30%, ou mais de 150 mil trabalhadores dispensados. Já no ciclo seguinte, de 2003 a 2012, só houve crescimento. No total, foram contratados 110 mil bancários.


A partir destes dados, é nítida a diferença dos modos de governo. Não são casos isolados, desconexos. Está claro que em um determinado momento, nos governos do PSDB de FHC e Aécio, havia desvalorização do salário e do emprego. No outro, de Lula e Dilma, os salários cresceram, assim como também o número de bancários.


Arrocho – Entre 1995 e 2002, os bancários viram seus salários ficarem 8,6% menores em relação à inflação. Nos duros anos do governo tucano, a situação para os trabalhadores dos bancos públicos era ainda pior: a perda real no período foi de 36,3% no Banco do Brasil e de 40% na Caixa Econômica Federal.


Quem não era bancário naquela época, talvez nem se lembre de como era difícil também para o movimento sindical. O governo do PSDB não respeitava os representantes dos trabalhadores, simplesmente não negociava. E ainda havia o desemprego, altíssimo, com o claro objetivo de desmobilizar a luta da categoria.


Mudanças começaram em 2003 – De lá para cá, muita coisa mudou. Com a eleição de um presidente da República oriundo da classe trabalhadora, a relação foi totalmente alterada. Além do respeito ao movimento sindical, que negocia pela categoria, o aumento do nível de emprego virou a história. O número de bancários, por exemplo, que havia caído 30,3% no Brasil entre 1995 e 2002, subiu 28% de 2003 a 2013.


Assim, entre 2004 e 2014, os empregados dos bancos privados acumularam ganhos reais, acima da inflação, de 20,7%. Nos públicos, esses aumentos reais somaram 21,3%.


Atuação de FHC foi ruim para o setor – O Sistema Financeiro Nacional também saiu enfraquecido desses tempos. Além das privatizações que eram o mote do governo neoliberal de FHC, a abertura de mercado levou à quebra e fechamento de dezenas de instituições nacionais. Em 1990 havia 174 bancos privados brasileiros. Esse número foi caindo até chegar aos atuais 87. Os bancos públicos federais e estaduais foram reduzidos a menos da metade: eram 34 em 1990, chegando às atuais 11 instituições. Por outro lado, a presença dos privados estrangeiros no País aumentou 244%: de 18 em 1990 até os atuais 62 bancos.