Mais do Mesmo

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Embora a crise financeira tenha impactado em menor escala a economia brasileira do que a de outros países, aqui também se fizeram danos localizados que ainda não estão inteiramente superados.


O primeiro semestre já registra uma retomada do crescimento econômico com a criação de 300 mil novos postos de trabalho, excluídos os bancos. Estes que não sofreram nenhum impacto com a crise estão fazendo o contrário: não geraram novos postos de trabalho!


E o que fizeram, este ano, os senhores banqueiros que gostam de lucrar sem produzir?


As empresas financeiras desligaram 15.549 bancários, principalmente em razão das fusões, e contrataram 13.325 entre janeiro e junho deste ano. Os desligados recebiam em média de R$ 3.627,01, já os contratados têm remuneração média de R$1.928,92 – o que representa uma diferença de 46,82%, quase a metade. Estes são alguns dados da pesquisa que a CONTRAF-CUT/DIEESE a quem o Sindicato dos Bancários do Ceará se filia, acaba de divulgar que, inclusive, 87% dos demitidos estão na base do estado de São Paulo.


Estas demissões que em nenhum outro setor se justificariam – no setor financeiro que repetidamente é o que mais lucra – se torna um ato criminoso e um ato contra a sociedade. Os cearenses também estão sendo atingidos. O Bradesco está demitindo inclusive bancário amparado pela estabilidade provisória consignada na Convenção Coletiva do Trabalho.


Estamos em plena campanha salarial. Diante do desempenho tão bom dos bancos este ano, fica claro para nós bancários, que os bancos têm plenas condições de atender nossas reivindicações, que são: reajuste de 10%; PLR justa para todos; valorização dos pisos salariais; fim das metas abusivas e do assédio moral; Plano de Cargos para todos; garantia do emprego; fim das terceirizações; mais segurança nas agências, entre outras.


Enquanto os banqueiros contam suas fortunas, bancários e população sofrem dentro das agências. Nós, com a pressão para cumprir metas absurdas e a ameaça do desemprego. A sociedade, com as filas intermináveis, fruto do não investimento dos bancos em seus quadros de pessoal.


Dia 28 de agosto – Dia do Bancário – Nesse dia tomou posse a nova diretoria do Sindicato que espera com luta e participação continuar um processo de resgate da dignidade dos bancários, atingida por atos como estes que acabamos de denunciar e vamos reverter. Participe da campanha salarial e da vida do Sindicato!

Carlos Eduardo Bezerra Marques – Presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará