Mais uma vez sem ouvir trabalhadores e entidades, banco anuncia reestruturação

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Em rápida reunião e sem detalhamentos, a presidente da Caixa Econômica Federal, Miriam Belchior, apresentou as linhas gerais do processo de reestruturação anunciado pelo banco em reunião com as entidades representativas em Brasília, no último dia 10/3. Apresentado de forma unilateral, a postura recebeu críticas severas das representações dos empregados que condenaram a falta de transparência e diálogo e vão acompanhar a implantação.


Não houve nem debate ou negociação entre as entidades e a direção do banco, mas a representação dos trabalhadores reforçou que o foco é o emprego e o respeito aos trabalhadores, além da defesa da Caixa 100% pública. A preocupação é que não se minimize as necessidades da categoria e das que pessoas que precisam das políticas públicas.


Desde o ano passado, a CEE/Caixa tem cobrado esclarecimentos na mesa permanente, e a resposta dos interlocutores foi sempre a mesma: está em estudo. Eles também se negaram a debater o tema. O modelo de reestruturação começou a ser elaborado no final de novembro de 2015. Pelo pouco que se sabe até o momento, as mudanças vão começar pela matriz e filiais e, posteriormente, se estenderão para as agências. O prazo de conclusão é 15 de abril.


A direção da Caixa pretende liberar empregados da matriz para filiais, centralizadoras e redes. Ainda conforme o modelo adotado, serão extintas 437 gratificações e 32 unidades da estrutura da matriz. Atendendo reivindicação dos trabalhadores, Miriam Belchior concordou em realizar encontros semanais com os representantes das entidades do movimento sindical e associativo para avaliar os impactos do plano de reestruturação.


“A Caixa, mais uma vez, toma uma decisão unilateral, apenas participando às entidades o que pode trazer grandes prejuízos ao quadro de empregados. Cobramos respeito àqueles que são os principais responsáveis pelo lucro do banco e por sua imagem perante a sociedade: os empregados. Exigimos a retomada do diálogo com o banco e vamos acompanhar de perto a implantação dessas medidas. Aqueles que se sentirem prejudicados devem procurar imediatamente o Sindicato e denunciar”
Marcos Saraiva, diretor do Sindicato e representante da Fetrafi/NE na CEE/Caixa