Mais uma vítima do pacote do BB

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O pacote de maldades do banco causa incertezas no funcionalismo, e por isso a votação da proposta de novo estatuto da Cassi não atinge quórum. Pela segunda vez, a consulta sobre o novo estatuto terminou sem a quantidade mínima de votos necessários para aprovar as mudanças. No segundo turno da votação, encerrado dia 1º/6, 66.256 associados votaram pela aprovação das propostas negociadas com o banco. O número, entretanto, não atingiu os dois terços necessários para garantir o resultado. Faltaram 702 votos no “sim”.


“Por uma questão estatutária, o resultado das eleições não foi consolidado por falta de quórum. A insegurança do funcionalismo na votação se deve, em grande parte, ao pacote de reestruturação do banco. O BB precisa assumir sua responsabilidade no resultado. O pacote pretende economizar R$ 280 milhões, sendo que R$ 21 milhões seriam retirados da Cassi. O fun-cionalismo ficou preocupado já que a diretoria do banco imitou a truculência de 1996, quando os tucanos quebraram nosso PCS e liquidaram o equilíbrio atuarial da Cassi”, afirmou Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.


Outra parcela da responsabilidade pelo não atingimento do quórum se deve ao pessoal que fez campanha pela não aprovação das mudanças, incluindo diretores do banco e um pequeno segmento do movimento sindical, que coloca questões partidárias acima das necessidades dos funcionários.


“A rigidez do estatuto estabeleceu uma situação em que a minoria se sobrepôs à maioria. É lamentável, mas acontece em um estado de direito e vamos respeitar o resultado. Além da irresponsabilidade da atual direção do banco ao lançar este pacote de maldade, que lembra os piores ataques do governo FHC, muita gente apostou na divisão do funcionalismo para favorecer projetos políticos escusos. Os bancários ficaram em segundo plano, o que é lamentável, porque as propostas de mudanças na Cassi eram importantíssimas e salvariam a nossa caixa de assistência do déficit financeiro que há anos compromete o futuro da entidade”, destacou Vagner Freitas, presidente da Contraf-CUT.


A Contraf-CUT vai continuar pressionando o banco para retornar as negociações sobre a Cassi.