Manifestação no Passaré cobra pagamento da PLR e explicações sobre operações e o futuro do Banco

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Com uma participação massiva do funcionalismo, o Sindicato dos Bancários do Ceará realizou na Praça Jáder Colares, no BNB Passaré, na última quarta-feira, 14/3, uma grande manifestação cobrando da direção do Banco mais respeito aos funcionários e explicações sobre operações de crédito prejudiciais à Instituição que põem em risco a sua própria existência.


O protesto fez parte de um Dia Nacional de Luta também pelo pagamento integral da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), conforme orientação da Contraf-CUT, através da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB (CNFBNB), órgão que assessora as negociações com o Banco. “Nós, do Sindicato, Comissão Nacional e Contraf-CUT orientamos esse Dia de Luta em todo o Nordeste como um ato de indignação, pois todo ano os funcionários do BNB têm problemas na hora de receber sua PLR. Os bancários não podem pagar essa conta, pois já passam por muitas dificuldades no seu dia-a-dia, como cumprimento de metas absurdas, extrapolação de jornada, entre outras. E se o Banco não encontrar uma solução para o pagamento da nossa PLR, nós iremos até as últimas consequências, até mesmo com paralisação das atividades do BNB”, avisou o diretor do Sindicato e funcionário do BNB, Océlio Silveira.


Já o diretor do Sindicato e funcionário do Bradesco, Robério Ximenes, lembrou que o antigo Banco do Estado do Ceará (BEC), do qual é oriundo, também passou por situações semelhantes. “O BEC passou por gestões fraudulentas e nós conseguimos agir, começando um trabalho de vigilância, que resultou num grande dossiê com todas as denúncias, infelizmente, devidamente barrado e engavatado pelo ex-governador Tasso Jereissati. A atuação do Sindicato, da AFBEC e dos próprios funcionários do BEC foi fundamental para mostrar a indignação que existia na época. Queremos chamar os companheiros do BNB a dar um ‘basta’ agora. O ‘basta’ tem que ser dado logo, porque quem paga o preço maior é sempre o trabalhador”, convocou.


O coordenador da Comissão Nacional e diretor do Sindicato, Tomaz de Aquino, chamou a direção do Banco à responsabilidade, principalmente, o presidente da empresa, Jurandir Santiago. “Tenho 32 anos de BNB e nunca vi um presidente que se esconde dos trabalhadores Está passando da hora de dar uma resposta a essa administração do Banco. Nós não vamos pagar essa conta. No dia que o balanço do Banco foi publicado, com elevadíssima cota de provisões para créditos duvidosos, nós procuramos o Banco e não recebemos explicações convincentes. E continuamos insistindo, mas até agora, nenhuma resposta concreta”, afirmou.

Estudo – Tomaz falou ainda do estudo que o Sindicato dos Bancários do Ceará solicitou ao Dieese com uma análise do balanço do BNB. O documento constatou queda abrupta no total a ser distribuído a título de PLR em 2011 em relação a 2010. A redução ocorreu devido ao elevado crescimento das provisões para créditos de liquidação duvidosa que, no exercício passado, aumentaram em 124% no curto prazo. Com isso, há o risco de os trabalhadores ficarem sem o pagamento da segunda parcela da PLR e até mesmo de serem forçados a devolver parte do que já receberam.


E Tomaz avisa: “se até o dia 28/3 não houver uma negociação digna, de transparência sobre o que está acontecendo no Banco, nós vamos fazer uma grande assembleia no Sindicato e decretar uma greve pela PLR, pela isonomia, pelo PCR e, acima de tudo, pelo Banco do Nordeste do Brasil”, concluiu.