Manifestação usa criatividade para denunciar as péssimas condições de trabalho na Caixa Messejana

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“Messejana não é agência. É um forno! Forno!”. Foi parodiando a famosa marchinha de carnaval que os empregados da agência da Caixa Econômica Federal de Messejana protestaram contra as péssimas condições de trabalho na agência. O ato, que ocorreu no dia 6/5, foi organizado pelo Sindicato dos Bancários do Ceará e teve grande adesão dos empregados da agência, principalmente os caixas.


Os empregados e clientes sofrem com o forte calor e a superlotação da agência. O SEEB/CE pôde confirmar isso no momento do ato. A agência estava lotada e muitos clientes esperavam atendimento em pé, inclusive idosos. A espera pode chegar até três horas. Gabriel Motta, diretor do SEEB/CE, denunciou os privilégios que o banco dá a alguns clientes em detrimento de outros: “por que os clientes vips não podem perder tempo e os clientes comuns, que é a maior parcela da população, podem esperar até três horas para serem atendidos?”. Para o diretor, essa questão reflete a necessidade de mais contratações.


Os empregados dizem que os caixas são os que mais sofrem com a pressão no grande número de atendimento e o calor. “O calor é infernal. A agência lota e o ar-condicionado não funciona direito”, denuncia a bancária Léa Valquíria. Os problemas com refrigeração nas agências já são tão comuns que elas já foram apelidadas de agências “micro-ondas”. Para Gabriel Motta, é inadmissível que a Caixa, um banco que tem um papel fundamental para o País, não apresente nenhuma solução para os problemas estruturais da agência e trate com tanto desrespeito os empregados e clientes. O diretor disse que o Sindicato formalizará uma denúncia no Mistério do Trabalho caso a Caixa não tome providências para solucionar o problema de refrigeração na agência.


Os empregados buscam, através da criatividade, chamar atenção do patronato para as péssimas condições de trabalho “Ei, você aí! Me dá um slipt aí, me dá um slipt aí!”, entoaram os bancários parodiando a música “Me dá um dinheiro aí”. Os clientes também reclamam da situação da agência. José Soares, mesmo idoso, tem que esperar em pé pelo atendimento. Segundo sua filha, Ana Célia Soares, o pai já esperou três horas para ser atendido. “Para abrir uma conta foi um sufoco!”, disse a filha de José Soares. Ana Carla Ferreira, cliente há 10 anos do banco, disse que sua média de espera também foi de três horas: “você entra de manhã e sai de tarde. É muita gente e o ar-condicionado não dá conta”.