Mesmo com lucro exorbitante, banco corta postos de trabalho

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Mesmo com resultado extremamente positivo em 2015, quando registrou o maior lucro de sua história (R$ 15 bilhões), o Bradesco segue cortando postos de trabalho. A bola da vez é a Cidade de Deus, coração administrativo do banco. O banco não valoriza os trabalhadores que construíram esse lucro. Em 2015, o lucro foi 16,4% maior que o do ano anterior. Somente com a receita de prestação de serviços e tarifas, o Bradesco cobre em 134,7% sua despesa de pessoal.


No ano passado, o Bradesco extinguiu 2.659 vagas. Apenas no quarto trimestre de 2015, em comparação com o trimestre anterior, o banco eliminou 835 empregos. Além dos trabalhadores demitidos, também sofre o cliente, com atendimento precarizado. O bancário que permanece é submetido a enorme sobrecarga de trabalho, pelo reduzido número de pessoal. A rotina nas agências e departamentos está insuportável. Faltam funcionários e o banco precisa contratar com urgência.


Demitir não pode servir como justificativa para redução de custos, haja vista que o Bradesco está em vias de comprar o HSBC no Brasil por R$ 5,2 bilhões. É preciso cobrar do banco seu compromisso assumido em mesa de negociação, quando se comprometeu em não realizar demissão em massa por conta da incorporação do HSBC.


O movimento sindical questiona o banco quanto aos cortes na Cidade de Deus, que deixa os demais funcionários apreensivos pelo país a fora. Os representantes dos bancários já solicitaram reunião para debater o problema.