A Caixa tem demonstrado que não está disposta a atender às principais reivindicações dos empregados. Uma delas é pelo fim do programa Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP). Para as entidades representativas dos trabalhadores, o GDP ameaça conquistas históricas da categoria, como a PLR Social e a promoção por mérito. Além de impor a lógica de mercado, ao massacrar os empregados obrigando-os a cumprir metas individuais.
Na última reunião da mesa permanente, no dia 22/7, a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), que assessora a Contraf/CUT nas negociações com o banco, voltou a condenar o GDP. A Caixa, porém, informou que vai manter o programa, admitindo apenas a possibilidade de apresentar detalhes para discutir com a categoria. Desde que surgiu, o GDP está sendo implantado em ciclos e a meta é atingir todos os trabalhadores até 2016.
No dia 18/5, a Contraf-CUT e a Fenae iniciaram uma campanha de conscientização dos empregados da Caixa contra o programa Gestão de Desempenho de Pessoas. Cartazes e cartilhas foram encaminhados a todas as unidades do banco. “Uma das deliberações do 31º Conecef, realizado entre 12 e 14 de junho, em São Paulo (SP), é a de realização de um seminário com o objetivo de mostrar quanto o programa e as metas individuais são prejudiciais aos bancários. Vamos debater o assunto com os trabalhadores”, afirma o presidente da Contraf/CUT, Roberto von der Osten.
No início de maio, a presidente da Caixa, Miriam Belchior, recebeu dirigentes do movimento sindical e associativo. Na ocasião, entregamos um documento com pontos essenciais para a melhoria das condições de trabalho, e o fim do GDP foi uma das reivindicações. Ela reafirmou o compromisso de dialogar com as entidades e os empregados. Mas, infelizmente, não é isso que está acontecendo.
Caso a empresa mantenha a intransigência, as ações contra o programa serão intensificadas. Entre as possibilidades estão um abaixo-assinado e a busca do Judiciário. O GDP afronta todos os princípios coletivos da relação de trabalho. E o mecanismo torna-se ainda mais cruel quando se leva em consideração a falta de empregados nas agências.
“A mobilização de todos os trabalhadores é fundamental. O fim do programa será uma das principais reivindicações da campanha salarial 2015. Mas, conquistar esse avanço, depende de todos nós, porque a Caixa se mantém intransigente. A luta está apenas começando”
Marcos Saraiva, diretor do Sindicato e membro do Ceará na CEE/Caixa