Mobilização dos trabalhadores conquista avanços no Acordo do Santander

58


A mobilização dos bancários conquista avanços na negociação do Acordo Aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) do Santander. No dia 18/11, a Contraf-CUT, federações e sindicatos, negociaram com o banco acordo que traz questões suplementares à CCT com vigência de dois anos. Entre os principais pontos favoráveis do aditivo estão a inclusão de cláusula sobre condições de trabalho, concessão de bolsas para pós-graduação e garantias já inscritas na CCT, como pagamento de plano de saúde de demitidos e concessão de abono-assiduidade.


Condições de trabalho – Pela proposta, o Santander se compromete a inserir cláusula específica para tratar de condições de trabalho. Nas negociações da Campanha Nacional 2014, a Fenaban declarou que as negociações sobre condições de trabalho seriam feitas banco a banco. Com a pressão dos trabalhadores, o Santander é o primeiro banco no Brasil a inserir em acordo com trabalhadores um mecanismo desse tipo.


A instituição financeira se propõe a fazer comunicação a toda a rede, inclusive gestores, com recomendações de condutas a serem adotadas com o objetivo de melhorar o tratamento com os funcionários e também o relacionamento com os clientes. O Santander apresentou um texto preliminar a ser anexado ao acordo.


Bolsas de pós – Conforme proposta, os trabalhadores do Santander tornam-se os primeiros bancários a conquistar programa de bolsas para pós dentro de acordo. Das 2,5 mil bolsas, 500 serão para cursos de pós-graduação, nas quais o banco assume 50% do valor até o teto de R$ 480,43, já reajustado por 8,5% relativo ao índice da CCT 2014/2015 junto à Fenaban. O critério será social, com prioridade àqueles que recebem os menores salários. Antes era por antiguidade.


Plano de saúde na demissão – O banco aplicará os direitos estabelecidos na Lei 9.656/98 após o término do prazo garantido na cláusula 43ª pela CCT no que tange a continuidade do plano de saúde em casos de demissão.


PPRS – Todos os trabalhadores, inclusive os não elegíveis, receberão a título de Participação nos Programas de Resultados do Santander (PPRS) o mínimo de

R$ 1.858 até março de 2015, referente a 2014, e R$ 2.016, até março de 2016, referente a 2015. A PPRS não pode ser descontada da PLR garantida pela CCT, mas é descontada de programas próprios.


Banesprev, Cabesp e SantanderPrev – O banco se compromete a continuar a renovar o termo de compromisso e ser patrocinador do Banesprev e da Cabesp. Será retomada na primeira quinzena de dezembro a negociação sobre SantanderPrev, com prazo de conclusão até abril de 2015.


“A mobilização dos bancários venceu a resistência do banco e fez com que o Santander apresentasse proposta com avanços. Não atingimos a totalidade das nossas reivindicações, mas contempla em parte nossos anseios. A luta vai continuar em busca de melhorias para a categoria”
José Roberval Lopes, diretor do Sindicato e funcionário do Santander