Negociação frustra empregados

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A rodada de negociação entre representantes dos empregados e da direção da Caixa realizada no último dia 27/1, em Brasília, frustrou as expectativas dos bancários pela indisposição da empresa para negociar. O banco manteve o número de vagas na nova função de caixa (6.670) e a possibilidade de transferências dos empregados de uma unidade para outra, concordando apenas em assegurar-lhes a mesma função. Quanto às atribuições, a empresa acatou a proposta da CEE/Caixa de ressaltar as atribuições de pagar e receber, mas apenas como um adendo à sua, não concordando com a mudança da nomenclatura Caixa/PV. O compromisso da empresa com a criação de Caixas Executivos foi um dos pontos fundamentais para que a representação dos bancários fechasse o Acordo Coletivo 2005/2006 e agora o banco tenta dar esse golpe nos empregados.

Foram descartados, ainda, avanços nas condições para renegociações de dívidas dos empregados, divulgadas pela Caixa no dia 25/1. A empresa manteve as opções na área comercial, para os casos de dívidas habitacionais e a possibilidade de conversão de licença prêmio e APIP para a liquidação ou amortização de dívidas da área comercial e habitacional. Desde outubro, a empresa vem retardando a apresentação de uma proposta concreta para a renegociação das dívidas. Agora, três meses depois, recusa-se a discutir o modelo que apresentou, numa postura intransigente.

Diante das negativas, a CEE/Caixa comunicou à Caixa que não havia possibilidade de entendimento sobre a implantação da nova função para caixa e que não se sentia minimamente atendida com os termos para a renegociação de dívidas, por considerá-las pífias e pela exclusão dos aposentados.

Antes da realização da reunião, os sindicalistas realizaram protestos em todo o País. Em Fortaleza, o Sindicato dos Bancários do Ceará realizou uma manifestação na tentativa de pressionar a empresa para a negociação no dia 25/1, na agência da Av. Santos Dumont. O presidente do Sindicato, Marcos Saraiva, adiantou que a entidade irá prosseguir com a sua mobilização e que não se deixará esmorecer com tal postura do banco enquanto não se consiga avançar nessas questões. “Iremos exigir que a Comissão de Negociação da Caixa tenha ética e seriedade na mesa de negociação”, finalizou.