Negociação sobre a Cassi começa com muitos debates e sem propostas

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Teve início na terça-feira, dia 12/5, em Brasília, a mesa de negociação sobre Cassi entre entidades representativas do funcionalismo e o Banco do Brasil. A criação da mesa específica foi uma reivindicação da Contraf-CUT, que coordenou os trabalhos, com a assessoria dos sindicatos, entidades associativas de funcionários da ativa e aposentados, como Anabb, Aafbbm, Federação dos Aposentados-Faabb, Afabb-SP e da Contec.


Para Wagner Nascimento, que coordenou a mesa pela Contraf-CUT, foi extremamente importante o início das negociações, uma vez que a situação atual da Cassi exige o encontro de soluções e há uma cobrança dos funcionários da ativa e aposentados para que se chegue a uma solução de forma negociada.


Solidariedade e assistência a todos – Na mesa de instalação das negociações, o banco informou que inicialmente as discussões seriam com a governança da Cassi e que entende que as soluções para os problemas apresentados devem passar por uma mesa com as entidades e ampla representação do funcionalismo.


O banco apresentou um diagnóstico sobre a situação atual da Cassi, o déficit dos últimos quatros anos e, ainda, um quadro comparativo entre as despesas da Cassi com a média das outras entidades de autogestão. O banco afirmou que os problemas de gestão apontados não se referem a um período específico e os representantes dos funcionários lembraram que os problemas de gestão são comuns entre indicados do banco e eleitos e alguns problemas são de longa data na Cassi, há muitos anos.


O BB reconhece que a atual diretoria tem tido coragem em atacar alguns problemas crônicos de gestão, mas que é necessário aprimorar mais ainda os processos, citando as questões envolvendo negociação com prestadores e regulação, algo que os eleitos também têm apontado nos boletins “Prestando Contas Cassi”.


Alguns consensos foram apontados, como por exemplo, o de que é melhor investir na prevenção da saúde dos funcionários. Nos debates também ficou acertado, na continuidade dos trabalhos, a presença dos dirigentes eleitos da Cassi.


Os representantes dos funcionários apontam que deve ser mantido o princípio da solidariedade e também a assistência aos funcionários ativos e aposentados pela Cassi. Neste ponto do debate, o banco afirma que o modelo de solidariedade deve ser aperfeiçoado, mas não apresentou nenhuma proposta específica sobre o tema. O banco também fez uma apresentação sobre os valores da contribuição patronal e de funcionários à Cassi e seus impactos no balanço financeiro do banco.


Especificamente sobre o balanço, o banco informou que devido a Deliberação CVM 695/2012 que remete ao Sumário do Pronunciamento Técnico CPC 33(R1) do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que trata de benefícios a empregados, o provisionamento no balanço do banco referente aos benefícios da Cassi aos empregados chega ao montante de 5,8 bilhões de reais.


O banco afirmou que não há interesse em retirar a assistência aos funcionários aposentados, mas que para conseguir uma alternativa para se chegar a um consenso, o debate deve passar por encontrar alternativas para o tratamento do pós-laboral.  A mesa de negociações terá continuidade no próximo dia 19 de maio, também em Brasília.

O boletim Prestando Contas Cassi nº 11 está disponível em pdf no link http://goo.gl/EA6Q1Z.


“A Estratégia de Saúde da Família (ESF) e as CliniCassis são pilares do Sistema de Serviços de Saúde, assim como o modelo mutualista de custeio solidário – por isso o nome ‘caixa’. É necessário partilhar insucessos e focar no futuro do modelo, como está proposto pelos eleitos através das iniciativas estratégicas que propõem aperfeiçoar os mecanismos de regulação, a gestão da rede de prestadores e o acesso qualificado através do Sistema Integrado de Saúde (ESF/CliniCassis) para o conjunto dos associados”.
José Eduardo Marinho, conselheiro fiscal da Cassi, em reunião no BB Tauá