Negociações com o banco sobre AQO e integração tecnológica têm avanços

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A pressão deu resultado. Após cobrança das entidades sindicais, a direção do Santander vai excluir da AQO (Avaliação de Qualidade Operacional) os indicadores ligados a atendimento de clientes nos meses de fevereiro e março. Além disso, o banco vai garantir, para quem bateu a meta do Super Ranking em janeiro e não conseguiu fazê-lo em fevereiro e março, a antecipação de 50% do valor de referência, conforme o cargo.


Entre os indicadores ligados ao atendimento aos clientes que serão desconsiderados da AQO estão todas as reclamações feitas em fevereiro e março no Banco Central, no SAC e na Ouvidoria do banco e nos órgãos de defesa do consumidor, as ações civis e o tempo de fila.


Em relação à remuneração trimestral, para quem conseguir bater as metas do acumulado do Super Ranking do segundo trimestre, o banco garantirá a mesma remuneração também para o primeiro, descontando a antecipação de 50% – para quem a recebeu.


“A exclusão das reclamações da AQO feitas em fevereiro e março demonstra avanços, porém, não é ainda o ideal. No que tange à manutenção da remuneração para quem não atingiu as metas em fevereiro e março, foi uma decisão justa, pois no período em que imperou o caos nas agências seria impossível cumprir tais objetivos. Vale salientar que essas conquistas ocorreram graças às denúncias e à luta dos funcionários”, afirma Eugênio Silva, funcionário do Santander e diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará.

DEMISSÕES EM MASSA – A notícia de que haveria em curso um plano de demissões em massa surgiu na noite de quinta-feira, dia 31/3. Na manhã seguinte, os trabalhadores já se mobilizaram e, antes das 7h, já estavam na frente da torre do banco denunciando e protestando. No final da tarde, o Sindicato enviou uma carta cobrando uma reunião, para pedir esclarecimento sobre as denúncias.


“Não haverá demissão em massa”, foi o que garantiu na terça-feira, dia 5/4, o Santander em reunião com representantes do Sindicato dos Bancários de São Paulo. A direção do banco afirmou que haverá um processo de otimização das áreas centrais, mas que, para isso, será dada prioridade a mobilidade interna.


Ou seja, a instituição financeira se comprometeu em preencher as vagas existentes primeiramente com os trabalhadores da própria empresa, para aproveitar os funcionários do quadro e evitar, assim, as demissões. Atendendo à reivindicação dos sindicatos, o banco garantiu, ainda, que dará conhecimento das vagas existentes para todos os funcionários e que as entidades sindicais irão acompanhar todo o processo.


“Vamos continuar acompanhando de perto cada etapa para garantir que não haja corte. Um banco do porte do Santander, em pleno processo de expansão de negócios e registrando lucros elevados, inclusive no Brasil, que foi a sucursal mais lucrativa do grupo, 25% do resultado, não tem motivo para demitir trabalhadores”, afirmou Juvandia Moreira, presidente do Sindicato de São Paulo.

TRABALHO NO FERIADO – As entidades sindicais também cobraram resposta do Santander em relação às folgas, que devem ocorrer após trabalho em feriado e sobre as folgas acumuladas durante o ano de 2010. Ficou definido que as folgas referentes serão gozadas em até 90 dias, após o feriado trabalhado. Os sindicalistas, no entanto, insistiram que fosse negociada uma regra que permita aos empregados marcarem suas folgas de acordo com suas necessidades. No caso de descumprimento do prazo de 90 dias por parte do banco, que haja uma multa equivalente a 2,5 dias do salário do funcionário. A empresa disse que irá analisar e se posicionar nas próximas negociações.