Negociações não avançam sobre PLR e banco sinaliza com mudança na HolandaPrevi

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Na última segunda-feira, 25/5, na antiga sede do Banco Real na Av. Paulista, o Santander apresentou para um público de mais de 50 dirigentes sindicais do banco um programa de vários benefícios, através da cartilha “Você e a Organização – confiar para construir”. Apesar de realmente possuir algumas melhorias, a cartilha traz inúmeras perdas para os seus funcionários. Um exemplo claro é a criação de uma nova HolandaPrevi, que agrada razoavelmente os funcionários que não tem previdência, os chamados “sem-previ”, mas prejudica os atuais 32 mil participantes.


As perdas começam na forma de contribuição. Um funcionário, por exemplo, com salário de R$ 1,5 mil pagará uma contribuição normal de R$ 30,00. Já banco, como patrocinadora, fará uma contribuição básica igualmente de R$ 30,00, totalizando R$ 60,00. O funcionário poderá ainda fazer uma contribuição voluntária de 2%, 3% ou 4% do seu salário aplicável, porém sem contrapartida da patrocinadora. Outra novidade é que no novo modelo não há a contribuição suplementar da patrocinadora.


Outro exemplo de perda: os funcionários que ganham em média R$ 3.500,00 praticamente não terão complementação para a aposentadoria uma vez que o teto do INSS é muito próximo ao último salário recebido. Nessa situação, o funcionário iria contribuir com o plano sem, entretanto, ter um retorno futuro.

PLANO DE SAÚDE – O banco criou uma co-participação para alguns exames e isenções para outros. No entanto, os representantes do Santander não souberam responder se os exames de LER/DORT e doenças mentais estariam na relação de isentos da co-participação.


Em função das perdas, os dirigentes pediram o adiamento da implantação do programa para que se possa fazer uma discussão com os representantes dos funcionários. Porém, o banco sinaliza a implementação das mudanças a partir do dia 1º/6. “Segundo os representantes do Santander, as mudanças levaram nove meses para serem gestadas, mas, infelizmente, nenhum funcionário participou. Essa é a política do Santander de resolver os problemas dos funcionários. É a famosa unilateralidade”, afirmou o funcionário do Santander/Real e diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará, Eugênio Silva.


Para Eugênio, é muito importante que neste primeiro momento os bancários não assinem documentos, nem façam adesão, principalmente ao novo plano da HolandaPrevi, uma vez que existem muitas dúvidas, além de não haver previsão de novas negociações com o banco. “Orientamos aos bancários a terem paciência neste momento até porque existe um prazo de 60 dias. Em breve, deveremos divulgar novas orientações”, explica.

ADICIONAL DE PLR – Após duas rodadas de negociação, nos dia 26 e 28/5, o Santander, mais uma vez, fugiu da discussão da PLR e frustrou o corpo funcional. Por isso, foi marcado para esta quinta-feira, 4/6, um novo dia nacional de luta.