José Fernandes e Luiz Gonzaga
O mês de junho tem cheiro, cor e ritmo diferente. Afinal, é a época das tradicionais festas juninas que animam o Nordeste. Santo Antônio, São João e São Pedro ganham comemorações especiais numa tradição bastante antiga, embora sendo modificada ao longo dos anos.
Há duas versões para explicar o surgimento da festa. Segundo alguns historiadores, ela teve origem em países católicos da Europa e, portanto, seria em homenagem a São João. A outra versão diz que a comemoração surgiu em função das festividades que ocorrem durante o mês de junho.
Independentemente da origem, o certo é que a festa se popularizou no Brasil, ganhando roupagens diferentes em cada região. No Ceará, por exemplo, tem de tudo um pouco. Não é difícil encontrar ruas de Fortaleza enfeitadas com bandeirinhas coloridas e palhas de coqueiros. Tudo para decorar a cena do casamento matuto que se repete quase que diariamente. Depois do casório, vem a quadrilha para festejar.
De origem européia (holandesa e adaptação francesa), a quadrille chegou ao Brasil durante o Período Regencial e era uma dança tipicamente da Corte. Com o passar dos anos, ela caiu no gosto popular. Para dançá-la, basta um traje caipira e muita disposição. Ultimamente, no entanto, as quadrilhas vêm se profissionalizando, e há grupos que ensaiam mais de seis meses por ano para não fazerem feio nos festivais. O estudante Rafael Ricardo diz acreditar que “essa tendência de profissionalização das quadrilhas é importante, pois não deixa morrer a tradição”.
O técnico em informática Ricardo Silva costuma não perder um festival. “Acho que os festivais de quadrilha são fantásticos. Adoro todo aquele espírito de cooperação entre as quadrilhas… É tudo muito lindo! Sem contar as comidas típicas, que são deliciosas!”. Tem pé-de-moleque, pamonha, canjica, cocada, paçoca, queijadinha, tapioca, vatapá, batata doce, maçã-do-amor e quentão.
As crianças também esperam ansiosas a chegada do período. Muitas escolas realizam gincanas entre os alunos, que são estimulados a conhecer a cultura, a dança e as comidas das festas juninas. De acordo com a coordenadora pedagógica, Cristiane Ximenes, “as crianças se envolvem na preparação da festa, principalmente quando envolve gincanas”. Ela afirma ainda que “há um fascínio pelas festas juninas, e nós tentamos manter a tradição”.
Se depois de ler isso, deu vontade de aproveitar as festividades de junho, ainda dá tempo. É só cair no mundo, participar dos festivais e ter muita história para contar. Mas se você perder, próximo ano tem mais. A tradição continua.