Nada de novo foi levado pela Fenaban à mesa de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, realizada na sexta-feira, dia 17/8, nem mesmo a redação das cláusulas que estavam pendentes. Uma nova reunião foi agendada para terça-feira, dia 21, a partir das 14h, em São Paulo. Os dirigentes do Comando cobraram e ficou acordado na mesa que essa nova negociação só se encerrará quando houver uma proposta ou se chegar a um impasse.
Qualquer um desses cenários será levado para apreciação dos bancários em assembleias, nas quais serão definidos os próximos passos da Campanha Nacional Unificada 2018. Agora é ou apresentam proposta decente com aumento real e manutenção dos direitos, ou estarão empurrando a categoria para a greve.
Durante todos os dias de negociação, os bancários estarão mobilizados em uma semana de luta. Na rodada de sexta, os dirigentes sindicais destacaram a rejeição, por unanimidade em assembleias realizadas no último dia 8 em todo o Brasil, da proposta apresentada pelos bancos no dia 7, que somente repunha a inflação do período.
A categoria bancária deixou claro que quer aumento real, garantia de todos os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e de que não serão substituídos por trabalhadores terceirizados, intermitentes, PJs, temporários. Também estão preocupados com a ultratividade (manutenção dos direitos até a assinatura de um novo acordo). E nada disso foi apresentado pelos bancos até agora nas sete rodadas.
LUCRO MESMO NA CRISE – O levantamento feito pela consultoria Economatica mostra que, enquanto os demais setores da economia perdem com a crise, os bancos seguem lucrando. Dos 26 setores avaliados, seis tiveram prejuízo. E o mais lucrativo foi o setor financeiro, que fechou o segundo trimestre de 2018 com R$ 17,6 bilhões contra R$ 15,2 bilhões em 2017, crescimento de 15,57%.
“Nós queremos resolver a campanha na mesa de negociação, mas agora está nas mãos dos bancos apresentar uma proposta final decente para a categoria. O setor tem excelentes resultados há anos, podem pagar aumento real e não há nenhum motivo para demitir, retirar direitos ou precarizar os empregos bancários”
José Eduardo Marinho, presidente em exercício do SEEB/CE