Nova proposta sobre aditivo e PPRS traz avanços para os bancários

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“Considero todos os avanços importantes, porém gostaria de destacar a conclusão dos estudos que visam alterações democráticas no processo de eleição da direção do SantanderPrevi, pois com as alterações, possivelmente, poderemos eleger representantes dos trabalhadores para gerir, juntamente com o banco, a SantanderPrevi”, avalia o diretor do Sindicato e funcionário do banco,
Eugênio Silva.

 

Os bancários obtiveram avanços na negociação com o Santander para a renovação do acordo aditivo à convenção coletiva dos bancários e do acordo do Programa de Participação nos Resultados Santander (PPRS). Na terceira rodada ocorrida na sexta-feira (15/6), com a Contraf-CUT, federações e sindicatos, em São Paulo, o banco espanhol melhorou a proposta com novas conquistas para os trabalhadores. A data indicativa para assinatura do aditivo e PPRS é a próxima quinta-feira, dia 28/6.

Avanços – Na primeira reunião, o banco propôs somente a manutenção do aditivo e do PPRS nos moldes atuais com vigência de dois anos. Após pressão dos dirigentes sindicais, o banco avançou na segunda rodada e concordou em incluir uma cláusula de igualdade de oportunidades e ampliar o número de bolsas de estudo para a primeira graduação, que passariam de 2.300 para 2.500. Mas os representantes dos trabalhadores cobraram mais avanços. Nesta terceira rodada, a proposta do Santander evoluiu. O banco propôs a concessão de vale-refeição e cesta-alimentação quando o funcionário utiliza a licença não remunerada de 30 dias para fins de acompanhamento de hospitalizado ou doença grave de parentes de primeiro grau e por afinidade.


O Santander também propôs aumentar o valor do PPRS. No último acordo, o banco pagou R$ 1.500,00. A nova proposta estabelece R$ 1.600,00 para este ano, e R$ 1.600,00 mais o reajuste salarial a ser conquistado em 2012 junto à Fenaban para o ano que vem. A cláusula que trata do grupo de trabalho do SantanderPrevi será mantida. As entidades sindicais propuseram um novo prazo de até 60 dias após a assinatura do acordo para concluir os estudos visando a alteração do processo eleitoral. Com o aditivo e o PPRS, são também assinados os termos de compromisso do Banesprev e Cabesp, que preveem a manutenção das duas entidades além dos prazos fixados no edital de privatização do Banespa, bem como o termo de compromisso de opção de migração ao Plano de Cargos e Salários (PCS).

Venda responsável de produtos – O Santander aceitou a reivindicação de assinar uma declaração conjunta com as entidades sindicais pela venda responsável de produtos e serviços financeiros, nos moldes do documento firmado no ano passado no Comitê de Empresa Europeu, em Madri, a partir da campanha mundial da UNI Sindicato Global.


O protocolo foi denominado de “Declaración conjunta del Comité de Empresa Europeu y la Dirección Central de Grupo Santander sobre el marco de relaciones laborales para la prestación de servicios financeiros”. O instrumento é válido em todos os países europeus onde o banco atua. A proposta, já enviada em abril pela Contraf-CUT ao banco, foi reiterada na quarta-feira (13/6) ao presidente do Santander Brasil, Marcial Portela, durante reunião sobre a situação do banco.

Avaliação da Contraf-CUT – A Comissão de Organização dos Empregados (COE), que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco, avaliou a nova proposta considerando que ela é positiva e amplia as conquistas dos trabalhadores do Santander, único banco privado que possui um aditivo à convenção coletiva dos bancários.


Além de agregar novos avanços no aditivo e aumentar os valores do acordo de PPRS, o Santander se comprometeu a assinar uma declaração conjunta com as entidades sindicais pela venda responsável de produtos, o que é muito importante e certamente terá reflexos em todo sistema financeiro, fortalecendo essa demanda que é de todos os bancários. A proposta é ainda fruto de um intenso processo de negociação, no meio do cenário de crise financeira da Espanha e da zona do euro, cujos desdobramentos ainda são imprevisíveis.


As reivindicações não atendidas pelo banco, como a garantia de emprego, continuarão na pauta específica e serão discutidas nos fóruns de negociação permanente e nos grupos de trabalho com o banco. Além disso, as entidades sindicais já estão organizando a Campanha Nacional dos Bancários de 2012, a fim de arrancar novas conquistas para a categoria.