NOVA ‘REFORMA’ TRABALHISTA VISA ANULAR ATUAÇÃO SINDICAL

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Bolsonaro criou no final de agosto o que seu governo chamou de Grupo de Altos Estudos do Trabalho (Gaet), iniciativa da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho que visa preparar uma nova “reforma” Trabalhista trazendo como um dos principais pontos o fim da unicidade sindical. O intuito é enfraquecer a representação dos trabalhadores diante da nova rodada de mudanças nas leis trabalhistas, em que o governo estuda alterar ainda normas de segurança e saúde no trabalho e ampliar mudanças na CLT.


Quando se fala de pluralidade, quer dizer sindicatos pelegos, financiados por empresas. Ao descentralizar os sindicatos, divide-se os trabalhadores e diminui a força de resistência e mobilização da categoria.


Composto por ministros, desembargadores e juízes, o grupo de trabalho quer finalizar a “reforma” Trabalhista, em vigor desde novembro de 2017. Implementada pelo ex-presidente golpista, Michel Temer, após o golpe institucional de 2016 que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, à época a “reforma” foi propagandeada como necessária para a criação de empregos, mas, quase dois anos depois, não conseguiu ampliar a oferta de novas vagas, crescendo apenas o número de trabalho informal, e o desemprego ainda é alto, atingindo 12,6 milhões de brasileiros de acordo com o IBGE.


Em agosto, o Congresso aprovou também a MP da Liberdade Econômica, apelidada de minirreforma trabalhista. Para os sindicatos essa medida já pode ser considerada como o início de uma nova revisão das regras trabalhistas. O governo atual não tem capacidade de criação de empregos, de tentar achar alternativa para a economia do Brasil, então ataca os direitos dos trabalhadores. O governo Bolsonaro prioriza medidas que precarizam ainda mais as condições dos trabalhadores e aumentam o desemprego.