O Conselho Deliberativo da Cassi aprovou novo aumento na coparticipação sobre exames e consultas – inclusive com voto favorável dos indicados do Banco do Brasil e de Sergio Faraco, representante eleito pelos associados. Pelo novo aumento, a coparticipação dos associados sobe para 50%, em consultas de emergência ou agendadas, sessões de psicoterapia e acupuntura e visitas domiciliares; e para 30%, nos serviços de fisioterapia, RPG, fonoaudiologia e terapia ocupacional que não envolvam internação hospitalar.
Para piorar a proposta acaba com o teto de 1/24 do salário, com incidência única, aprovado na reforma estatutária de 2007 e que ainda estava em vigor. Com esta nova mudança, todo o custo dos procedimentos médicos passa a ser arcado pelos próprios trabalhadores.
Entidades representantes dos trabalhadores já vinham se posicionando contra a medida. A Contraf-CUT, por exemplo, já havia enviado um ofício ao Conselho Deliberativo protestando contra a decisão da diretoria e pedindo voto contrário dos conselheiros. A Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB) também enviou carta a Faraco, que preside o Conselho Deliberativo, cobrando a rejeição das mudanças.
CARÁTER MODERADOR DA COPARTICIPAÇÃO – Em seu site, a Cassi afirma que, no Plano de Associados, a coparticipação de 10% em diagnoses e terapias não-vinculadas à internação foi instituída como fator moderador na utilização de eventos médicos e hospitalares. Os aumentos que a diretoria quer estipular desvirtuam o caráter moderador, transforma-o em fator punitivo, prejudica os associados e agrava a quebra da solidariedade. A cobertura do déficit registrado nos últimos períodos e sustentabilidade da Cassi não se dará por meio da coparticipação. A solução precisa ser negociada.
Além da redução gradativa da coparticipação, a Contraf-CUT defende isenção para todos os participantes do Programa Estratégia Saúde da Família, como forma de incentivo à integração nos programas de prevenção que a Cassi desenvolve.
REABERTURA DE NEGOCIAÇÕES – A proposta de alteração no custeio e governança da Cassi não foi aprovada pelos associados. No dia seguinte ao resultado, a Contraf-CUT enviou um ofício ao Banco do Brasil solicitando reabertura das negociações da Mesa da Cassi. Quase dois meses após o envio do ofício, o BB ainda não respondeu à solicitação da Contraf-CUT
“Essa mudança é um verdadeiro golpe contra os usuários, pois coloca no bolso dos trabalhadores todo o custeio de seu tratamento de saúde. O BB está se utilizando dos instrumentos internos da Cassi para majorar a contribuição dos associados sem a devida contrapartida. Essa tática visa evitar a instalação de nova mesa de negociação, sem responsabilização da empresa”
José Eduardo Marinho, diretor do Sindicato e funcionário do BB