Nem bem assumiu o comando do país, Jair Bolsonaro (PSL) já colocou em prática seu projeto de governo que coloca em risco o povo brasileiro, a liberdade da população e a soberania nacional. Desde o dia da posse até aqui, pelo menos 17 medidas foram anunciadas que podem agravar ainda mais a crise iniciada após o golpe de 2016, com o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Usando de tática semelhante a “blitzkrieg” (guerra relâmpago), tática militar inventada pelos nazistas que consiste num ataque rápido e mortífero contra seus inimigos, a ação do governo Bolsonaro, logo nos primeiros dias de gestão, mostrou que irá combater e quem são “os inimigos”: os pobres, os trabalhadores de baixa renda, os indígenas, os negros, os quilombolas, os servidores públicos, gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais, as crianças e adolescentes em idade escolar.
Com esse novo regime, encerra-se o período democrático sob a égide da Constituição de 1988 e dá-se início a uma era de incertezas, ou pior, de certezas de que “os inimigos” serão eliminados.
No dia seguinte à posse, Bolsonaro anuncia decisões que vão desde o aumento no salário mínimo menor do que o previsto no Orçamento até a disposição imediata para curvar-se aos interesses do governo dos EUA. Ao tempo que anuncia medidas que colocam em risco o povo mais desprotegido deste país, o novo governo, de acordo com o secretário de Assuntos Fundiários no Ministério da Agricultura, o presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antônio Nabhan Garcia, Bolsonaro garantiu que vai trabalhar para aprovar a Lei 9.525/2017 para conceder perdão das dívidas acumuladas por produtores rurais e agroindústrias com o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural), com valor estimado de R$ 17 bilhões.
Como alertamos desde o início do período eleitoral, com Bolsonaro no poder, trabalhadores, minorias, ativistas e todos aqueles que acreditam no social e no desenvolvimento humanitário não terão vida fácil. Mas nossa principal qualidade sempre foi o nosso poder de resistência. Seguiremos juntos sempre!
Confira as 17 medidas do governo Bolsonaro contra o Brasil:
1) Garfou R$ 8,00 do salário mínimo aprovado pelo Congresso;
2) Extinguiu Secretaria da Diversidade, Alfabetização e Inclusão do MEC, para reimplantar o preconceito e impedir o ensino crítico;
3) Proibiu a Funai de demarcar áreas indígenas, que agora será feita pelo Ministério do Agronegócio;
4) Anunciou liberação da posse de armas e disse que vai tornar esse “direito” vitalício;
5) Anunciou que vai impor a prisão de condenados em 2ª instância, atropelando o STF;
6) Extinguiu os ministérios do Trabalho, da Cultura, das Cidades, Esportes e Integração Racial; excluiu a população LGBTI das políticas públicas, que antes eram citados nas estruturas de Ministérios e Secretarias Especiais da Presidência;
7) Esvaziou a Comissão da Anistia, remetendo-a para o Ministério da Damares;
8) Liberou as chefias do Itamaraty para nomeações políticas;
9) Anunciou que vai privatizar a Eletrobras, apesar do veto do Congresso;
10) Comprometeu-se com os EUA para atacar Venezuela, Cuba e Nicarágua;
11) Colocou a reforma contra os aposentados no topo da agenda de governo;
12) Confirmou a transferência da embaixada brasileira para Jerusalém, mostrando que é submisso a Trump e ofendendo a comunidade árabe;
13) Reprimiu seus próprios apoiadores na posse e censurou violentamente a cobertura da imprensa;
14) Anunciou demissão sumária de servidores que criticaram suas políticas em redes sociais privadas;
15) Esvaziou o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), que orienta o combate à fome e o Bolsa Família;
16) Acabou com o Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transportes e tirou do Senado a aprovação dos diretores do DNIT;
17) Fez um acordão com os partidos políticos que ele tanto criticou, para que o PSL apoie a reeleição de Maia e ganhe cargos na Câmara.