O Unibanco é a melhor empresa para trabalhar?

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A Revista Exame e Você S/A, na edição de setembro/07, apresentam o Unibanco como vencedor do levantamento realizado pela publicação, em parceria com a FIA (Fundação Instituto de Administração), sobre as melhores empresas para se trabalhar em 2007.


Conforme a publicação, o programa Fique OK, que oferece atendimento psicológico, jurídico e assistência social aos funcionários do Unibanco, aparece como o diferencial para que o banco ocupe a liderança.


Vale lembrar que o Unibanco possuía telefones e assistentes sociais no RH e, de repente, acabou com este departamento. Ficou muito tempo sem dar atendimento aos funcionários. O que existia era uma chave de e-mail, por meio da qual o bancário passava a sua mensagem e não obtia nenhuma resposta. Por diversas vezes, o movimento sindical reivindicou ao banco uma política de RH (com atendimento humano) e depois de muitas negociações eles criaram o Fique OK.


Apesar de ser fruto de reivindicações do movimento sindical, este programa ainda não atende as necessidades dos trabalhadores. Haja vista que recebemos inúmeras reclamações dos bancários por falta de atendimento e de conhecimento sobre o funcionamento do programa.


Outros pontos ressaltados na pesquisa divulgada pela Revista Exame e Você S/A foram os benefícios que o Unibanco tanto se orgulha de oferecer aos empregados. Só que nem todos sabem que estes benefícios são fruto de muitas lutas dos trabalhadores com grandes mobilizações e greves ao longo dos anos, organizadas pelos sindicatos.


Para mim, temos aí uma grande contradição. Está claro que, com a política injusta de avaliação de performance, os funcionários não são valorizados, os programas internos de remuneração variável (RR, PRU, Bônus, Curva de Performance, PEC…) não beneficiam a todos e só uma pequena parcela dos bancários considerados diferenciados com conceitos A e B e os cargos executivos, ficam com a maior parte do bolo na distribuição.


Como ponto negativo, a revista Exame e Você S/A apresenta a questão dos salários não compatíveis com as funções e os casos de diferenças entre quem vem de fora e quem já é da casa. Por isso, há tempos, o movimento sindical reivindica a criação de um PCS (Plano de Cargos e Salários) decente, hoje inexistente no banco.


O que nós funcionários do Unibanco e o movimento sindical queremos é o melhor para todos e que realmente o Unibanco tenha um jeito especial para tratar seus funcionários e que faça valer o Jeito Unibanco com o fim do assédio moral nos locais de trabalho, com uma política de reconhecimento e oportunidades, remuneração justa, qualidade de vida entre outros. Enfim, um jeito em que o banco ganhe e o funcionalismo também.

Valeska Pincovai, dirigente da Federação dos Bancários da CUT/SP