Ordem é fortalecer a greve para arrancar proposta digna

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Diante do “nada” oferecido pelos banqueiros em reunião realizada com o Comando Nacional, em São Paulo, os bancários do Ceará deliberaram pela continuidade da greve, fortalecendo o movimento nesta segunda-feira, dia 5/10, como forma única de arrancar uma proposta digna dos patrões.


Foram dois dias de negociação, para chegar na sexta-feira, 2/10, e os negociadores da federação dos bancos (Fenaban) dizerem que têm de consultar os banqueiros sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Ficaram de levar aos donos dos bancos as diversas simulações que foram feitas na quinta e sexta-feira, 1º e 2/10. E apesar de serem os negociadores autorizados pelos bancos, sequer tiveram autoridade para marcar uma nova rodada, dizendo que isso também depende da resposta que receberão sobre as simulações de modelos de PLR que devem levar aos bancos hoje, 5/10.


A comissão de negociação da Fenaban informou que os presidentes dos bancos vão se reunir, provavelmente hoje, para avaliar a possibilidade de formular uma nova proposta. Após a reunião, haverá contato com o Comando Nacional para marcar uma nova rodada de negociação.


Os bancários apresentaram à Fenaban dados, informações, cálculos banco a banco por meios dos quais mostraram que dá pra distribuir mais PLR aos bancários. Os negociadores da Fenaban voltaram para a mesa de negociação sem qualquer proposta para o índice de reajuste salarial, para a preservação dos empregos ou valorização dos pisos. Cobrados pelos dirigentes sindicais, voltaram a insistir que emprego não será debatido na Fenaban.


“A garantia do emprego é uma premissa básica para nós, bancários. Os banqueiros insistem em ignorar que os processos de fusão são um fato na economia brasileira que abala a estrutura de trabalho do setor e precisa ser regrado. Os bancos ganham com a fusão, mas querem impor perdas aos trabalhadores”, enfatizou o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra.


Os banqueiros ainda disseram que não haverá valorização dos pisos, que devem ter o mesmo reajuste dos salários. E sobre o reajuste, nada. Afirmaram que depende do ‘custo total’ da proposta, ou seja, só voltam ao assunto após encerrar a PLR. A resposta aos banqueiros é uma só: greve forte para conquistarmos nossas reivindicações.