Organizar a juventude bancária – Uma tarefa inadiável

66

O ramo financeiro emprega, em todos os seus setores, um grande número de jovens, homens e mulheres, na faixa etária até os 35 anos. Especificamente no setor bancário, segundo dados do Relatório Social da Febraban, referentes ao ano de 2006, 58% de todas as contratações realizadas naquele ano foram de pessoas até 25 anos de idade.


Segundo o mesmo estudo, de um total de aproximadamente 425 mil bancários empregados, cerca de 74 mil pessoas (17,4%) tinham entre 18 e 25 anos e outros 31,1%, mais de 132 mil, estavam na faixa entre 26 e 35 anos. Portanto 48,5% de todos os bancários, mais de 206 mil trabalhadores, encontravam-se na faixa etária considerada como jovens para o mundo do trabalho.


Estes dados expõem, de maneira inequívoca, a urgência de se discutir a questão dos jovens no ramo financeiro, e especificamente nos bancos, dando-se atenção às suas necessidades e anseios, observando suas particularidades dentro da categoria. O movimento sindical, por sua vez, precisa conhecer melhor esta significativa parcela da categoria, identificando suas necessidades e aprendendo a dialogar e ganhar estas pessoas para a organização coletiva e para a discussão e mobilização em torno dos problemas que as afligem, e a toda a categoria.


Este desafio precisa ser enfrentado com urgência por todas as lideranças e militantes da categoria bancária. Para tal está se reorganizando o Coletivo Nacional de Jovens da Contraf/CUT, que tem como tarefa imediata a organização do 2º Encontro Nacional da Juventude Bancária.


As possibilidades de atuação do movimento sindical no tema juventude ficou evidente durante a 1ª Conferência Nacional de Juventude, realizada entre os dias 27 e 30/4/2008, em Brasília. Conseguimos incluir entre as 22 prioridades escolhidas pela plenária final diversas bandeiras definidas pela 1ª Conferência Nacional de Juventude da CUT, realizada em São Paulo, no final de novembro de 2007. Merecem destaque a destinação de 10% do PIB para a educação, a reforma agrária e a redução na jornada de trabalho sem redução de salários ou direitos.


Precisamos, agora, estruturar esse trabalho e formar Coletivos de Juventude nos sindicatos e nas federações. Estes coletivos irão se tornar, com certeza, importantes fontes de idéias e de renovação para o movimento sindical, além de ajudar na aproximação desta parcela da categoria, que hoje sente-se desinteressada, das discussões e mobilizações sindicais em geral.


Este é mais um desafio que se apresenta, e que pode ser transformado numa excelente oportunidade de agregar novos militantes e ampliar o reconhecimento e a participação das entidades na sociedade e nos temas que interessam a toda a classe trabalhadora.

Sérgio Amorim – Membro dos Coletivos de Juventude da CUT Nacional e da CONTRAF-CUT