O ano de 2007 terminou e o Banco do Brasil continua com um débito enorme com seus funcionários. A Contraf-CUT e os sindicatos cobraram uma série de reivindicações durante o ano inteiro, mas os negociadores do banco continuam com a prática de “empurrar com a barriga”.
“Alguns casos o banco simplesmente não respondeu e em outros tomou medidas que contrariam a lei e as necessidades dos trabalhadores”, afirma Marcel Barros coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.
Confira nos tópicos abaixo as principais pendências que o BB ainda não resolveu.
PCS – O banco implantou inovações no Plano de Cargos e Salários (PCS), com o pacote de reestruturação, em maio, que não atende as necessidades dos funcionários. Ainda faltam o interstício, o anuênio e um formato de plano que dê perspectiva de futuro aos trabalhadores.
PCC – O pacote de reestruturação trouxe ainda mais problemas para o Plano de Cargos Comissionados (PCC). Acabou com as substituições através da “lateralidade” provocando um verdadeiro caos nos locais de trabalho. O assédio moral e o trabalho gratuito aumentaram de forma vertiginosa e o desvio de função se tornou ainda maior.
Terceirização – Diversos problemas com as empresas de terceirização têm sido denunciados ao banco, que não toma providências alegando que a legislação não permite. As empresas de vigilância, limpeza e telefonia “desaparecem” sem pagar salários e sem recolher os encargos sociais, deixando milhares de trabalhadores totalmente desamparados. O pacote de reestruturação trouxe ainda mais problemas nessa área com a implantação do PEE (processa-mento eletrônico de envelopes).
CCP – Mesmo com todas as negociações realizadas, ainda falta o banco cumprir o que ficou acertado em relação às Comissões de Conciliação Prévia (CCP). A tendência, pela postura do BB, é de o acordo não ser renovado e acabar com o instrumento.
Certificação – A resolução 3.158 do Banco Central exige a certificação para aqueles que exerçam atividades na área de distribuição e mediação de títulos, valores mobiliários e derivativos (aplicações financeiras em geral) até 31/12/2007. Por razões diversas muitos funcionários não cumpriram a exigência. A Contraf cobrou do BB que esse prazo fosse dilatado, entretanto a direção afirma que não poderá fazê-lo for força da legislação e que aqueles que não atenderem o disposto na resolução serão descomissionados.
Paraguai – Depois de uma longa negociação, o banco assinou um acordo no Ministério da Justiça e do Trabalho do Paraguai, concedendo reajuste e mantendo alguns benefícios dos trabalhadores do BB naquele País. O BB está descumprindo o acordo e perseguindo os dirigentes sindicais. Foi solicitada reunião entre o banco, o Sindicato paraguaio e a Contraf, mas até o momento não houve resposta.