Para que nunca se esqueça! Para que jamais se repita!

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A lição da ditadura é o valor que ela dá à democracia”. A frase do juiz do trabalho Inocêncio Uchoa traduz bem a essência do que foi o evento “Não Vamos Esquecer. Não Vamos Deixar Acontecer”, realizado pelo Sindicato dos Bancários do Ceará, através da Secretaria de Igualdade e Diversidade, no último dia 6/5, na sede da entidade. O ato de repúdio às declarações ufanistas do deputado Jair Bolsonaro aos torturadores da época da ditadura reuniu várias entidades que são contra o golpe em curso, além de ex-presos políticos que deram seus depoimentos sobre a época em que precisaram defender a democracia.


Além de Inocêncio Uchoa, participaram do evento ainda a professora universitária Helena Serra Azul (viúva do militante Francisco Monteiro, conhecido como Chico Passeata), o educador Honório Silva, os ex-bancários Gil Fernandes Sá e Benedito Bizerril, a esposa de um militante do PCdoB, Maria Nazaré Coelho Antero (cuja casa servia de ponto de apoio aos perseguidos políticos), a filha do ex-preso político Raimundo Araújo Carneiro, Jaciara Carneiro e o musicista Duda Quadros, cuja família foi severamente perseguida. Todos deram depoimentos emocionados sobre a luta contra a ditadura e reforçaram a importância de se conhecer o que aconteceu num passado recente no Brasil para que aquelas atrocidades jamais se repitam.


Durante o evento o coral do Sindicato/AFABEC homenageou os presos, mortos e desaparecidos políticos ao entrar amordaçado para cantar a música-símbolo de Chico Buarque de Holanda, Cálice.


O Sindicato preparou ainda uma representação jurídica contra o deputado Jair Bolsonaro, como resposta a postura de intolerância e ódio pregada pelo parlamentar que já expeliu diversas asneiras contra negros, mulheres e homossexuais.


Ao final, em forma de ciranda comandada pelo musicista Duda Quadros, os participantes reafirmaram sua disposição de luta contra o golpe político em curso. “Convidamos todos os movimentos sociais, a sociedade cearense como um todo, para protestar contra esse tipo de postura fascista. Não podemos permitir que o País retroceda nem politicamente e nem com relação aos direitos trabalhistas”, convocou a secretária de Igualdade e Diversidade, Rita Ferreira. “A rua é o nosso local. Vai ter luta!”, reforçou a professora Helena Serra Azul.