PDVs no Bradesco e na Caixa ameaçam empregos dos bancários

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Com apreensão, os bancários receberam o anúncio do Bradesco da abertura de um plano especial de demissão voluntária – Plano de Desligamento Voluntário Especial – PDVE 2017, ao qual poderão aderir funcionários da Organização Bradesco, com pagamento de todas as verbas rescisórias, inclusive a multa do FGTS e o aviso prévio. A adesão ao PDVE 2017 será no período de 17/07 a 31/08/2017.


O Bradesco anuncia incentivos especiais, para quem aderir ao PDVE: Pagamento, em parcela única, equivalente a 0,60 da remuneração fixa de junho/2017, por ano trabalhado, limitado a 12 salários. Por se tratar de verba indenizatória, não há incidência de imposto de renda, INSS e FGTS; pagamento de valor equivalente a seis meses de Cesta Alimentação, base junho/2017, em parcela única no Cartão Alimentação; e manutenção do Plano de Saúde e Odontológico por 18 meses, a partir da data do desligamento.


Mas, o Bradesco colocou requisitos para o funcionário aderir ao Plano: estar aposentado junto ao INSS, por idade ou tempo de contribuição integral ou proporcional até 31/08/2017; ou estar apto a requerer o benefício previdenciário da aposentadoria por idade ou tempo de contribuição integral ou proporcional até 31/08/2017; ou trabalhar na Organização Bradesco há no mínimo 10 anos, completados até 31/08/2017, e atuar em um dos Departamentos ou Empresas Ligadas listados no Regulamento. Na contagem do período de 10 anos é considerado o tempo de trabalho em empresas incorporadas.


No final de 2015, após o anúncio da compra do HSBC, o Bradesco se reuniu com Sindicatos e prometeu que não haveria demissões em massa. Este ano, uma decisão da Justiça trabalhista do Paraná também proibiu a dispensa coletiva de funcionários. O Bradesco fechou 192 agências no primeiro trimestre deste ano e o vice-presidente de rede de atendimento, Josué Pancini, disse que a tendência era esse movimento continuar.


Urgente – O Sindicato dos Bancários do Ceará convoca os funcionários do Bradesco para uma reunião na quinta-feira, dia 20/7, às 19 horas, na sua sede (Rua 24 de maio 1289, Centro), para discutir esse plano de demissão voluntária, anunciado propositalmente logo após a aprovação da reforma trabalhista. Venha debater com os nossos diretores esse desligamento anunciado pelo banco.

O Comando Nacional dos Bancários marcou reunião da COE Bradesco para a quarta-feira, dia 19/7, às 10 horas em São Paulo, e no dia 20/7 às 10 horas terá reunião com a direção do Bradesco.

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL


A CAIXA anunciou no dia 14/7, a volta do Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE). Na primeira fase, encerrada em 31 de março, a meta da direção da Caixa era de desligar 10 mil trabalhadores. Segundo a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), foram 4.645 adesões ao plano de demissão.


Os empregados estão preocupados com a volta do programa, pois o recado é claro: não haverá reposição das vagas deixadas pelos empregados que aderirem ao PDVE e deixarem o banco. Isso só piora as condições de trabalho dos empregados que permanecerem e afeta diretamente o atendimento à população.


A CEE vai averiguar os termos do PDVE para garantir que não haja perdas de direitos para os empregados que aderirem. Porém, desde já manifesta sua contrariedade por mais uma decisão unilateral do banco, sem qualquer negociação com os representantes dos trabalhadores.


O desenho que está sendo pensado para a Caixa é semelhante ao modelo proposto para os bancos que foram enfraquecidos e privatizados nos anos 90, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. As demissões desenfreadas, tidas como voluntárias serão aceleradas. O sonho de uma Caixa sintonizada com os desafios do Brasil ficará cada vez mais distante.