Pesquisa da Febraban deixa de citar aumento do trabalho bancário

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O trabalho mais que dobrou, mas a quantidade de bancários para realizar o serviço cresceu pouco mais de 10%. O relatório O Setor Bancário em Números, divulgado pela federação dos bancos (Febraban), traz informações reveladoras para a categoria.


O estudo faz a comparação de oito anos de desempenho do sistema financeiro (2000 a 2008), período em que o número de contas correntes saltou de 63,7 milhões para 125,7 milhões (crescimento de 97,33%) e o de contas poupança passou de 45,8 milhões para 92 milhões (aumento de 100,87%). Somados, os dois segmentos totalizam 217,7 milhões de contas em 2008.


Outro serviço que envolve o trabalho direto dos bancários é o de cartões de crédito que, em 2000, eram 29 milhões, passando a 124 milhões em 2008, aumento de 327%.


Para ter idéia de como essa elevação impacta diretamente a rotina dos bancários, basta comparar o número de trabalhadores em relação a esses serviços nos anos de 2000 e 2008. Em 2000, segundo dados da Rais (Relação Anual de Informação Social), do Ministério do Trabalho e Emprego, eram 400 mil bancários para cuidar de 109,5 milhões de contas corrente e poupança. Assim, cada trabalhador era responsável, em média, por 273,7 contas. Em 2008, eram 465 mil bancários para 272,5 milhões de contas correntes e poupança. Ou seja, o trabalho mais que duplicou, como se cada bancário administrasse 571,5 contas.


A situação, evidenciada por esses números, reforça a tese dos Sindicatos de que os bancos devem não só manter empregos como contratar mais trabalhadores para dar conta do volume crescente de serviço. E de que os bancários precisam ser muito mais bem remunerados.


Essas informações só reforçam os debates da categoria junto às direções dos bancos. O funcionário tem que receber salário melhor, participação maior no lucro dos bancos. E o que é cada vez mais imprescindível: que haja mais bancários, principalmente nas agências.