Plenária discute os rumos da luta pelo cumprimento da decisão judicial

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Na última terça-feira, dia 13/8, cerca de cem beneficiários da Ação de Equiparação das Funções Comissionadas do Banco do Nordeste ao Banco do Brasil participaram de uma plenária, na sede do Sindicato dos Bancários do Ceará, para discutir, apresentar esclarecimentos e decidir os próximos encaminhamentos sobre a questão.


O diretor do Sindicato e coordenador da CNFBNB, Tomaz de Aquino, destacou que a ação é uma luta prioritária para as entidades e que sempre são buscados caminhos para um acordo. “Temos tentado, quase que diariamente, contatos com o diretor da área de Recursos Humanos do Banco, mas quando tentamos marcar alguma reunião específica sobre esse tema as respostas são sempre evasivas. A atual Direção não tem demonstrado disposição em resolver o assunto, assim como as gestões passadas”, afirmou.


“A ação de equiparação está em segundo plano para o BNB. Portanto, isso nos remete a uma reflexão de que devemos estar preparados para essa batalha, investir mais na mobilização e acreditar nos caminhos da Justiça”, completou. Tomaz confirmou a realização da audiência de conciliação no dia 29/8, no Fórum Autran Nunes, quando o Banco terá de se posicionar sobre a proposta apresentada pelo Sindicato. 


Entre as propostas de ações apresentadas na plenária estão: realização, antes do dia 29/8, de uma audiência pública em Brasília, na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados; realização de uma manifestação, em frente ao Fórum Autran Nunes, durante a audiência de conciliação do dia 29/8, às 9h; e ampla divulgação de um vídeo denunciando a questão, em TVs abertas, internet e redes sociais.


“O Banco não se mostra sensível e nós vamos mostrar isso para a juíza no dia da audiência. Nós estamos envidando todos os esforços, tomando todas as iniciativas e acreditamos que a Justiça vai ser feita. Temos plena convicção disso, embora o ideal seja um acordo decente em um curto espaço de tempo”, finalizou Tomaz.


Todas as informações sobre a Ação de Equiparação (lista de beneficiários, valores etc.) devem ser obtidas somente junto à assessoria técnica contratada pelo Sindicato, para evitar informações desencontradas. Para entrar em contato com a assessoria, envie e-mail para sjpublicidade@uol.com.br.


Entenda – Em 1987, os funcionários do BNB entraram em greve e conseguiram a equiparação salarial das funções comissionadas às comissões do BB. O dissídio coletivo daquele ano determinou que a equiparação se daria no ano seguinte, 1988, através da implantação de um novo plano de funções. Porém, o BNB descumpriu o dissídio, nunca equiparou os valores da remuneração e criou um gigantesco passivo trabalhista – que em outubro deste ano completa 25 anos.


O Sindicato dos Bancários ingressou com ação na Justiça do Trabalho em 1991 para o cumprimento de dissídio. A ação judicial, que possui 1.638 beneficiários, está na 3ª Vara do Trabalho de Fortaleza há 22 anos e foi julgada procedente pelo Tribunal Superior do Trabalho há quase 10 anos. Durante todos esses anos, o BNB vem postergando seu cumprimento com manobras judiciais; e os trabalhadores, juntamente com seus herdeiros e parentes próximos, lutando pelos seus direitos.


Mais de cem beneficiários já falecerem sem receber a equiparação. Diante da insensibilidade do Banco em resolver o problema, ficam as perguntas: quantos anos mais os funcionários e aposentados do BNB precisarão esperar? Quantos mais morrerão até que o Banco pague o que deve?