POR QUE A PRIVATIZAÇÃO DOS BANCOS PÚBLICOS PREJUDICA A SUA VIDA

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O governo Bolsonaro quer convencer o povo brasileiro que o país vai ganhar muito dinheiro com as privatizações das estatais.  Na verdade, o dinheiro, um presente de bilhões de reais, será dado ao sistema financeiro nacional e internacional, e todo mundo vai pagar a conta, com juros e correção monetária. O presente de Bolsonaro é um verdadeiro “cavalo de Troia”.


É por isso que a sociedade precisa ir às ruas defender as estatais que o governo já anunciou que vai vender e mostrar porque é importante lutar contra a privatização dos bancos públicos: Caixa Econômica Federal (CEF), Banco do Brasil (BB), Banco do Nordeste (BNB) e as loterias. Os bancos públicos são lucrativos e têm um importante papel no desenvolvimento do país, fornecendo crédito a juros mais baixos, financiando moradias de alto padrão e populares, a agricultura, grandes empresas, microempresas e setores informais.


Entre 2002 e 2016, essas instituições distribuíram R$ 203 bilhões em dividendos à União, de acordo com o Dieese.  Uma fatia tão grande assim do mercado na mão de bancos privados vai encarecer a comida, a moradia, o desenvolvimento de indústrias, do comércio, os pequenos negócios e num efeito cascata afetar a todos.


Os bancos públicos atendem a maior parcela de municípios no país, sobretudo aqueles comumente considerados menos rentáveis. Estão mais presentes em regiões do Norte e Nordeste do Brasil, mais carentes em termos de atendimento bancário. Na região Norte, 63,3% do total de agências são de bancos públicos e na Região Nordeste, 59,3%.


ALIMENTAÇÃO – Está a cargo do BB e do BNB, o Programa Nacional de Fortalecimento à Agricultura Familiar (Pronaf), responsável por cerca de 70% do volume de crédito concedido à agricultura familiar, responsável pela produção de 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros. Uma eventual redução no Pronaf elevaria e muito o custo dos alimentos como verduras, legumes, arroz e feijão.


CASA PRÓPRIA – Os bancos públicos têm participação de 75% e 82,1% do mercado do crédito rural e imobiliário. Somente a Caixa financia 69% da habitação no país, com juros menores as dos praticados pelos bancos privados. Se privatizar, quem for comprar uma casa própria vai pagar mais caro pelo financiamento.


GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA – Segundo levantamento feito pela Contraf, até 2016, 56% do crédito no Brasil vinham dos bancos públicos. O BNB possui ainda o programa “Crediamigo”, um exemplo de combate à pobreza por meio da inclusão financeira. O público-alvo do programa é composto por pessoas que trabalham por conta própria, empreendedores individuais ou reunidos em grupos solidários que atuam nos setores informal ou formal da economia.