PREJUÍZO NO 4º TRIMESTRE E LUCRO MENOR APONTAM PERDA DE MERCADO EM 2018

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O desmonte da Caixa denunciado pelo movimento sindical nos últimos anos ficou claro na divulgação do balanço de 2018, dia 29/3. O banco registrou lucro líquido contábil de R$ 10,4 bilhões, que representa uma redução de 17,2% ou R$ 2 bilhões, em relação ao ano anterior. Um dos principais motivos foi o prejuízo de R$ 1,1 bilhão no 4º trimestre de 2018.


Os números, divulgados pela diretoria apresentam um encolhimento do banco nas seguintes carteiras: Certificados de Depósitos Bancários (CDB), com menos 5,68%; crédito pessoa física, com menos 1,39%; pessoa jurídica, com menos 2,27%; poupança, com menos 0,76%; e, também, nos depósitos à vista, com menos 1,86%.


Os dados demonstram que a Caixa perdeu mercado para os bancos privados. Enquanto reduziu a oferta de crédito, a sua lucratividade foi impulsionada pelo aumento das receitas com tarifas e redução de despesas de pessoal, além da redução de despesas de PDD. Enquanto banco público, a Caixa deveria ampliar a sua oferta de crédito. Porém, o que se vê é o movimento contrário. Medidas da atual gestão que enfraquecem o banco em benefício do mercado privado.


MENOS EMPREGADOS – A redução nas despesas com pessoal reflete a redução do quadro de empregados, com o fechamento de 2.702 postos de trabalho em 2018. No período, a Caixa fechou 19 agências e 9 postos de atendimento bancário. Em 2018, foram gastos R$ 383 milhões com programas de demissões voluntárias. O quadro de funcionários é o menor número desde 2014, quando trabalhavam na Caixa 101 mil pessoas. Hoje são 84 mil. O resultado operacional, porém, cresceu 16,4% se comparado ao ano de 2017.


DEFESA DA CEF 100% PÚBLICA – O movimento sindical marcou presença no anúncio oficial do balanço 2018, em coletiva para a imprensa, em São Paulo, feito pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães. Os empregados questionaram sobre os sinais de fatiamento do banco e sobre a retirada da Caixa do Conselho Curador do FGTS, apesar de o banco ser o gestor do fundo. Diante dessas indagações, a resposta de Pedro Guimarães foi de que essa é uma decisão de governo.


Não tem sentido enfraquecer, fatiar, reduzir ou privatizar a Caixa. O banco, além de lucrativo, é responsável sozinho por 90% do financiamento da moradia popular e por 40% da poupança. a Caixa chega a lugares nos quais as instituições privadas não têm interesse em atuar.  Os empregados estão mobilizados e a sociedade é contra a privatização. Não aceitaremos ataques aos direitos dos trabalhadores e nem à Caixa 100% pública. A Caixa é do povo! A Caixa não se vende!”
Áureo Júnior, diretor do Sindicato dos Bancários e empregado da Caixa