Presidente da CUT Nacional presente ao I Grito da Terra Nordeste

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/arquivos/Image/tribuna_bancaria/TB_1038/DJF_6030_luiz_.jpgO presidente da CUT nacional, Artur Henrique da Silva Santos esteve em Fortaleza nos últimos dias 29 e 30/7 para participar do 1º Grito de Terra Nordeste. Segundo ele, para demonstrar a importância desse evento, na hora que atravessamos no País e no mundo, a onda de crescimento da inflação gerado pelo aumento dos preços dos alimentos. “No momento como este, temos que ter um debate muito grande na sociedade brasileira sobre a necessidade de fazer crescer a produção de alimentos. No Brasil quando falamos na produção de alimentos, falamos de agricultura familiar”.


O jornal Tribuna Bancária ouviu o presidente Artur Henrique sobre este e outros temas relevantes para os trabalhadores.

Tribuna Bancária – Qual a importância do Grito da Terra Nordeste?

Artur Henrique
 – porque acontece num momento especial, momento de cobrar tanto do governo quanto dos empresários, pois não queremos mais especulação, não queremos mais juros altos. Nós queremos é o fortalecimento da agricultura familiar para baixar o custo dos alimentos. Essa é a mensagem da CUT presente nesse 1º Grito da Terra Nordeste.

TB – Qual a importância do I Grito da Terra Nordeste ser no Ceará?
AH – O Ceará tem tradição do ponto de vista da organização dos trabalhadores rurais extremamente forte, é o Estado onde o debate do fortalecimento do agricultura familiar tem tudo para ser o Centro dessa política de fortalecimento desse setor, que é tão importante para superar essas dificuldades que temos. O primeiro Grito da Terra, envolvendo nove Estados do Nordeste, onde o conjunto da agricultura familiar tem grande participação dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, através dos Sindicatos, cooperativas, da Contag. Essas são entidades que há muitos anos lutam pela políticas públicas e melhoria da situação da classe trabalhadora rural. É um símbolo forte, nesse momento crítico como esse nós estamos vivendo de aumento do preço dos alimentos. Daí a importância que a CUT dá a esse movimento, para fortalecê-lo e cobrar políticas públicas para desenvolver e fortalecer a agricultura familiar.

TB – A CUT pediu o impeachement do presidente do STF? E como a CUT pretende tratar a questão da corrupção e punição dos corruptos?
AH – A iniciativa do impeachement do presidente do STF, Gilmar Mendes foi de um companheiro da CUT do Distrito Federal, não foi da instituição nacional, enquanto CUT. No entanto, entendemos que foi uma iniciativa boa, pois nesse País só pobre vai pra cadeia e fica na cadeia. Rico geralmente consegue se safar com mecanismos jurídicos e bancas advocatícias que recebem fortunas para os defender e pressionar o judiciário, e responder em liberdade, como Daniel Dantas. O presidente do Senado rejeitou o pedido, alegando falta de base legal para pedir o impeachament. Mas o fato de ter denunciado já abriu o debate, chamou a atenção da sociedade para o fato de se rediscutir o papel do judiciário.

TB – Com relação a elevação das taxas de juros, como a CUT se posiciona?
AH – Nós temos entendimento que a elevação das taxas de juros não contribue em nada, nem para conter a inflação, nem ajuda ao conjunto dos trabalhadores brasileiros. Lançamos uma campanha em Brasília, no dia 17/7, em frente ao Banco Central, chamada “menos juros, menos especulação, mais desenvolvimento, mais produção”. Nós não queremos atacar ou criticar apenas pelo aumento dos juros, mas também criticamos os empresários que estão se aproveitando da situação atual para elevar seus preços já pensando na inflação futura. Assistimos na TV imagens de maquininhas de supermercados elevando os preços, lembrando o que já vivenciamos no passado, na década de 80, início de 90. Os empresários estão elevando seus preços preventivamente. Ele vê isso na televisão e pensa “vou aumentar os preços também” e isso vira uma cadeia, vira vício. Criticamos os empresários que mesmo sem ter aumento nos custos, estão aumentando seus preços para o consumidor final. Daí essa campanha que acabamos de lançar.

TB – Este ano, a CUT completa 25 anos e o que tem a comemorar?
AH – O conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras deste País têm a comemorar a transformação de um instrumento de luta e organização, que nesses 25 anos se transformou na principal arma da classe trabalhadora, não só no Brasil, como na América Latina. Somos a 5ª maior Central Sindical do Mundo em número de sócios e isso demonstra o respeito que os nossos trabalhadores e trabalhadoras têm, de todos os ramos, do setor público, do setor privado, do campo e da cidade, organizados em torno dessa Central, que defende intransigentemente seus interesses.