Causou indignação o que disse o presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial, sobre sua aposentadoria aos 58 anos, mesmo sendo defensor da reforma da Previdência, cuja meta é fixar em 65 anos a idade mínima para ter direito à aposentadoria. Disse aos jornalistas, na ocasião do anúncio do lucro do banco: “eu estou aposentado. Me aposentei a partir de janeiro. Eu faço parte desse grupo que não ajuda a reduzir o déficit”.
O executivo concedeu entrevista para detalhar resultados do banco, cujo lucro saltou 25% em 12 meses e fechou 2018 em R$ 12,4 bilhões.
Mesmo concordando que o trabalhador deva se aposentar a partir dos 65 anos, o presidente do Santander não abriu mão de sua aposentadoria. Segundo matéria do jornal Folha de S. Paulo, o executivo recebeu cerca de R$ 30 milhões somente no ano passado, mas se apressou em garantir pra si o mesmo direito da maioria dos brasileiros.
Pelas regras atuais, trabalhadores do setor privado podem se aposentar após 35 anos de contribuição e as trabalhadoras podem se aposentar após 30 anos de contribuição. A proposta de reforma defende que homens passem a se aposentar a partir de 65 anos de idade e mulheres aos 62.
“O direito à aposentadoria é nossa bandeira de luta do Sindicato para todos os trabalhadores e trabalhadoras. Se o presidente do Santander concorda com a reforma que propõe aposentadoria a partir dos 65 anos, eis a questão: por que não abriu mão da sua aposentadoria agora e esperou a reforma passar?”
Ailson Duarte, diretor do SEEB/CE