Pressões, Tensões e Negociações em Torno da Campanha Salarial

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A boa nova é o reconhecimento público, no âmbito negocial, do grave e disseminado problema do “Assédio Moral”. Agora esta questão passa a ter uma centralidade de problematização que a necessidade obrigava há muito tempo.

Setembro chegou e a tradicional protelação dos banqueiros se estabeleceu de forma igualmente tradicional. Como também sabemos, este estágio de negociação somente se altera com a pressão e a mobilização de toda a categoria. E os sinais de insatisfação organizada começam a acontecer: no Rio de Janeiro, setores do BB e do Bradesco já fizeram paralisações parciais. E o clima vai esquentar na medida da continuidade do frio comportamento do setor empresarial que mais lucra no País.

Os bancários sabem que a oportunidade de conquista econômicas e avanços sociais passa (ainda) muito pelo momento da contratação na data-base. Daí nossa atenção para os próximos movimentos deste jogo. Toda atenção será pouca para as próximas rodadas de negociação e os rumos da campanha salarial. Está decretado alerta geral. Contagie-se e contagie seu ambiente do trabalho para que o caminho a ser trilhado neste momento de definição de métodos de luta seja um caminho trilhado por todos.

Igualmente importante é o processo eleitoral em curso – que tem no dia 01 de outubro um momento cívico de opção e afirmação. Parte da construção do futuro da Nação ali se decide. Não há como fugirmos desta responsabilidade – sob qualquer pretexto – é hora de refletirmos sobre a opção político-eleitoral. Os critérios – a nosso juízo – devem estar permeados de valores tais como o senso de igualdade, justiça e fraternidade. Critérios que se traduzem em políticas públicas que atendam à pobreza, que se traduzam num estado aonde a justiça seja efetivamente acessível a todos e onde a segurança não seja propriedade privada dos ricos. Que projetos se aproximam de nossos anseios de trabalhadores e quem os representam neste pleito?

Os bancários – em suas instâncias deliberativas democráticas – apontam e apóiam o projeto representado pelo Presidente Lula, apostando num segundo governo melhor que o primeiro, com uma política econômica mais ousada, com mais emprego e renda… sem retrocessos e com avanços amplos para a sociedade como um todo. Este projeto tem correspondência no executivo Estadual (Cid Gomes), no senado (Inácio), nos vários parlamentares que compõe a esquerda e atuarão na Câmara dos Deputados e na Assembléia Legislativa.