Além das conquistas econômicas, a greve nacional dos bancários, que durou 7 dias, obteve ainda avanços nas cláusulas sociais, principalmente em relação ao combate às metas abusivas e ao assédio moral, hoje os principais problemas apontados pelos trabalhadores dentro dos locais de trabalho, responsáveis pela verdadeira epidemia de adoecimentos na categoria, tanto físicos como psíquicos.
Os bancos privados melhoraram a proposta e incluíram alguns mecanismos que ajudam a equacionar os principais problemas de saúde que os bancários enfrentam hoje nos locais de trabalho, entre eles as metas abusivas e o assédio moral. Além da proibição da publicação de ranking individual de resultados e da cobrança de metas por parte do gestor via SMS, a nova cláusula estenderá a vedação de cobrança de resultados por qualquer meio eletrônico e plataforma digital.
Em outra cláusula, os bancos também assumem o compromisso para o monitoramento de resultados ocorra com equilíbrio, respeito e de forma positiva para prevenir conflitos nas relações de trabalho.
A proposta da Fenaban foi aceita em assembleia pelos bancários cearenses no último dia 6/10.
Proposta dos bancos privados
Combate às metas abusivas: Os bancos incluirão também na Convenção Coletiva o compromisso de que “o monitoramento de resultados ocorra com equilíbrio, respeito e de forma positiva para prevenir conflitos nas relações de trabalho”. Trata-se de mais um passo no combate às metas abusivas, que têm provocado adoecimento e afastamento de bancários. Além disso, a cobrança de metas passará a ser proibida não somente por SMS, mas também por qualquer outro tipo de aparelho ou plataforma digital.
Dias parados: A Fenaban propõe a compensação dos dias parados durante a greve, na forma de uma hora por dia no período de 15 de outubro a 31 de outubro, para quem trabalha seis horas, e uma hora por dia no período entre 15 de outubro e 7 de novembro, para quem trabalha oito horas.
Certificação CPA 10 e CPA 20: Quando exigido pelos bancos, os trabalhadores terão reembolso do custo da prova em caso de aprovação.
Adiantamento de 13º salário para os afastados: Quando o bancário estiver recebendo complementação salarial, terá também direito ao adiantamento do 13º salário, a exemplo dos demais empregados.
Reabilitação profissional: Cada banco fará a discussão sobre o programa de retorno ao trabalho com o movimento sindical.
Gestantes: As bancárias demitidas que comprovarem estar grávidas no período do aviso prévio serão readmitidas automaticamente.
Casais homoafetivos: Os bancos irão divulgar a cláusula de extensão dos direitos aos casais homoafetivos, informando que a opção deve ser feita diretamente com a área de RH de cada banco, e não mais com o gestor imediato, para evitar constrangimentos e discriminações.
Novas tecnologias: Realização de seminários periódicos para discutir sobre tendências de novas tecnologias.
Campanha sobre assédio sexual: Os bancos assumiram o compromisso de realizar uma campanha junto com os bancários para combater o assédio sexual no trabalho.
PROPOSTA ECONÔMICA
Reajuste: 8,5% (2,02% de aumento real).
Piso portaria após 90 dias: R$ 1.252,38 (9% ou 2,49% de aumento real).
Piso escritório após 90 dias: R$ 1.796,45 (2,49% acima da inflação).
Piso caixa/tesouraria após 90 dias: R$ 2.426,76 (salário mais gratificação mais outras verbas de caixa, significando reajuste de 8,37% e 2,37% de aumento real).
PLR regra básica: 90% do salário mais R$ 1.837,99, limitado a R$ 9.859,93. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 21.691,82.
PLR parcela adicional: 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.675,98.
Antecipação da PLR: Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva e a segunda até 2 de março de 2015.
Regra básica: 54% do salário mais fixo de R$ 1.102,79, limitado a R$ 5.915,95 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro.
Parcela adicional: 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2014, limitado a R$ 1.837,99.
Auxílio-refeição: R$ 26,00 (R$ 572,00 ao mês), reajuste de 12,2%.
Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta: R$ 431,16 (somados, os auxílios refeição e cesta-alimentação resultam em R$ 1.003,13 por mês, o que representa reajuste de 10,76%).
Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses): R$ 358,82.
Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses): R$ 306,96.
Gratificação de compensador de cheques: R$ 139,44.
Requalificação profissional: R$ 1.227,00.
Auxílio-funeral: R$ 823,30.
Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto: R$ 122.770,20.