Reajuste mensal marcou Campanha Salarial de 1993

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O ano de 1993 foi marcado pelo alto índice inflacionário que o País enfrentava. Em março, houve antecipação de reajuste salarial devido à situação econômica do País, que enfrentava uma forte inflação.

O plebiscito que decidiu em abril pelo Presidencialismo, ao invés do Parlamentarismo, movimentou o Sindicato em torno de debates com políticos do PCdoB e do PT. Após os debates, a diretoria do Sindicato definiu apoio ao parlamentarismo democrático.

Em abril, auditorias comprovam irregularidades na CEF. O superintendente no Ceará, Paulo Caldas, foi acusado de favorecer construtoras na concessão de empréstimos para a construção de casas populares. Em 21 de maio, Caldas foi afastado, mas não exonerado do cargo.

Na Campanha Salarial, cerca de 1500 pessoas participaram de manifestação na praça José de Alencar em favor do reajuste mensal salarial. O argumento para o reajuste de 100% pretendido era de que, mesmo com a crise econômica enfrentada no País, o lucro dos bancos era alto: 11,1%, contra 8% em 91. A mobilização dos bancários garantiu a aprovação na Câmara Federal do projeto de reajuste mensal dos salários de 100% da inflação com reposição quadrimestral. No entanto, o então presidente Itamar Franco ameaçou vetar o projeto, e, em contrapartida, os sindicatos ameaçaram fazer greve em agosto.

O reajuste mensal dos salários se tornou o tema principal da Campanha Salarial de 93. Devido aos conflitos com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), os bancários começaram a entrar em estado de greve a partir de 15/9.

A proposta do BEC durante a greve foi considerada a melhor do País. O reajuste aprovado foi 2% maior que o da Fenaban, que também conseguiu aprovação, apesar da relutância de alguns estados, como São Paulo e Bahia. Devido às lutas dos bancários, a Fenaban foi forçada a aumentar o valor do piso salarial, além de outras conquistas da classe.