Reflexão para construir uma consciência negra

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O poeta gaúcho Oliveira Silveira sugeriu que o dia 20 de novembro fosse comemorado como o Dia da Consciência Negra no Brasil. Daí então esse dia é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A escolha se deu por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. O mais importante líder do Quilombo dos Palmares e que representou a maior e mais importante comunidade de escravos fugidos nas Américas, com uma população estimada de mais de 30 mil.


O dia é celebrado desde a década de 1960, embora só tenha ampliado seus eventos nos últimos anos; até então, o movimento negro precisava se contentar com o dia 13 de Maio, Abolição da Escravatura – comemoração que tem sido rejeitada por enfatizar muitas vezes a “generosidade” da princesa Isabel, ou seja, ser uma celebração da atitude de uma branca.


Segundo dados do IBGE, no Brasil os negros são correspondentes a menos de 10% da população. Os chamados “pardos”, no entanto, que são mestiços de negros com europeus ou índios, chegam a um número próximo da metade da população.


Entre a população negra jovem (especificamente no segmento de 15 a 17 anos), 36,3% cursaram ou cursam o ensino médio; entre os brancos, a parcela é de 60%. Entre aqueles que têm até 24 anos, 57,2% dos brancos haviam atingido o ensino superior, contra apenas 18,4% dos negros. O rendimento médio da população branca no Brasil é de R$ 812,00; já a dos negros é de R$ 409,00. Entre a parcela de 1% dos mais ricos do País, 86% são brancos.


Esse dia representa primeiramente o aniversário de ZUMBI DOS PALMARES, o ilustríssimo negro que lutou pelos seus irmãos numa época muito diferente da nossa e bateu de frente com as injustiças humanas, mesmo sendo considerado pela sociedade um animal quadrúpede.

ZUMBI DOS PALMARES, nasceu no ano de 1655 em uma das aldeias do Quilombo de Palmares, foi feito prisioneiro ainda recém nascido, e entregue ao Padre Antônio Melo da freguesia de Porto Calvo, foi batizado com o nome de Francisco, foi coroinha, estudou latim e português, em 1670 fugiu da paróquia para Palmares onde se tornou o grande líder após ter passado por grandes provas de coragem. Era corajoso e tinha grande capacidade de organização e comando, tornou-se um mito entre os negros.