O rendimento médio real mensal do trabalhador brasileiro cresceu 3,2% de 2006 para 2007, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2007, divulgada na quinta-feira, dia 18/9, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisa retrata também as diferenças salariais entre homens e mulheres, o atual estágio do trabalho infantil no País e a porcentagem de contribuintes da Previdência Social.
Em 2007, o rendimento médio do brasileiro alcançou R$ 956,00 contra R$ 926,00 de 2006. Desde 2004, quando a renda média era de R$ 827,00, a variação chega em 13,5%. As duas regiões que mais se destacaram no período foram a Centro-Oeste (8%) e a Norte (5,7%). O Nordeste obteve aumento de 2,2% e o Sul, 3,8%. O Sudeste foi a região que menos cresceu: 1,9%. O menor rendimento foi o do Nordeste, R$ 606,00 enquanto a região Centro-Oeste apresentou o maior valor, R$ 1.139,00.
A pesquisa identificou tendência de melhoria na distribuição de renda. O índice de Gini – que mede a diferença entre os mais pobres e mais ricos – manteve a queda e ficou em 0,528 no ano passado. Em 2004 marcou 0,547; em 2005, 0,543; e em 2006, de 0,540. Entre os estados nordestinos. a desigualdade de renda diminuiu mais na comparação de 2007 com 2006: 0,565 para 0,547. O índice Gini varia de 0 a 1, e quanto mais perto de 1, maior a desigualdade.
Mulheres – A Pnad constatou que, embora menor, ainda é grande a diferença de rendimento entre mulheres e homens. Em 2007, o rendimento delas correspondia a 66,1% do deles. Em 2006, a relação era 65,6%; em 2005, a 64,5% e, em 2004, a 63,5%.
Infantil – Foi constatado, ainda, que o trabalho infantil diminuiu no país – cerca de 300 mil crianças deixaram de trabalhar no ano de 2007 – mas a jornada entre as crianças que trabalham aumentou em cerca de uma hora.
No ano passado, 4,8 milhões de brasileiros com idade entre 5 e 17 anos estavam trabalhando, cerca de 10,8% do total. Do número entre 5 e 13 anos, 59,5% eram pretos ou pardos. Em relação ao número de horas trabalhadas, a maioria (30,5%) tinha uma jornada semanal de 40 horas ou mais. Em 2006, a taxa era de 28,6%.
As horas no trabalho afastam os jovens dos estudos. O percentual de estudantes entre aqueles que não trabalham é maior do que entre os que exercem algum tipo de atividade laboral: 94% e 80%, respectivamente. A taxa de escolarização, que mede a quantidade de estudantes de uma faixa etária em relação ao total da população com a mesma idade, caiu de 81%, em 2006, para 80%, no ano passado.
Previdência – Pela primeira vez, desde o início da década de 1990, a proporção de trabalhadores que contribuem com a Previdência ultrapassou a metade. No ano passado, eram 46,1 milhões ou 50,7% do total do País. Em 2006, a taxa era de 48,8%.