Nenhum direito a menos. Este foi o recado que a Contraf-CUT, assessorada pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE), deu à Caixa Econômica Federal durante negociação, realizada dia 7/4, em Brasília (DF). As representações dos trabalhadores protestaram veementemente contra os valores da segunda parcela da PLR pagos no dia 31 de março e a prática antissindical da empresa ao apontar a greve nacional de 2016 como uma das causas da queda nos lucros no ano passado. Foi exigido também mais transparência e respeito à categoria.
Na segunda reunião da mesa permanente de 2017, a Comissão Executiva cobrou da empresa esclarecimentos sobre o que considera “erro grotesco e inexplicável” de projeção dos lucros no exercício de 2016. A Comissão dos empregados avaliou o balanço e verificou que o lucro aquém do esperado não tem relação com o resultado operacional do banco que, comparado ao de 2015, teve crescimento na ordem de 271,7%. Por isso, a CEE defendeu o reconhecimento e valorização do trabalho dos empregados da Caixa, principais responsáveis por esse desempenho.
A Comissão Executiva reivindicou que a Caixa reveja os valores da segunda parcela da PLR e faça uma nova distribuição com base no lucro recorrente, que foi de R$ 4,967 bilhões. Com isso, amplia-se a margem para pagamento tanto na regra básica quanto na parcela adicional e da PLR social, e representaria, para a maioria dos empregados, um ganho a mais de 20% em relação ao valor que receberam no dia 31/3. Os representantes da empresa se comprometerem a encaminhar o pleito à direção.
DESMONTE – A CEE/Caixa repudiou o processo de desmonte da Caixa e os ataques aos direitos dos trabalhadores. A Comissão cobrou informações sobre o fechamento e fusão de agências anunciadas pelo presidente Gilberto Occhi. Foram cobrados esclarecimentos também sobre a reestruturação. O argumento da Caixa é que não foi iniciada uma nova onda e que estão sendo feitas adequações em algumas filiais. Pressionada, o banco ficou de repassar mais detalhes sobre o processo.
A CEE/Caixa questionou sobre o pagamento de horas extras aos trabalhadores das agências que estão abrindo duas horas mais cedo ou que vão abrir aos sábados por conta das contas inativas do FGTS. A empresa não está pagando o adicional de hora extra de 100%. Os representantes dos trabalhadores defenderam ainda a retomada urgente das contratações. A posição da empresa foi de total intransigência: não haverá novas contratações, nem mesmo para repor os empregados que estão saindo no PDVE.
A mobilização contra retirada de direitos será a resposta dos trabalhadores à Caixa Econômica Federal. Todos à greve geral dia 28 de abril.
VEJA OUTROS PONTOS DA NEGOCIAÇÃO
SAÚDE CAIXA – Os representantes da Caixa propuseram discutir com as representações dos trabalhadores o provisionamento que o banco tem de fazer, por exigência do Banco Central, para cobrar despesas futuras com o plano de saúde, para fortalecer a base de capital da instituição.
DESCOMISSIONAMENTO – A Caixa informou que até o dia 24/4 vai divulgar o normativo com as novas regras para descomissionamento, que foram definidas pelo GT paritário e homologada na mesa de negociação em 24/1.
PSI – Os processos seletivos internos serão retomados até o final deste mês. Segundo a Caixa, os PSIs foram suspensos por conta de estudos de redimensionamento.
AVALIADOR DE PENHOR – A pedido da CEE, a Caixa prorrogou até 24/5 o prazo para conclusão da pesquisa que as entidades sindicais estão fazendo sobre as condições de trabalho. Com isso, o pagamento da adicional fica mantido até lá.