Mais de mil bancários aprovaram, em assembleia, as propostas de todos os bancos e votaram pelo fim da greve. Apesar dos altos lucros dos bancos, nós trabalhadores, enfrentamos com muita resistência uma conjuntura de retrocesso e retomada da política econômica neoliberal no Brasil. Os bancários organizados nos seus Sindicatos, realizaram uma forte campanha salarial. Nós apresentamos as reivindicações, negociamos e, diante do impasse dos bancos, nós defendemos e iniciamos a greve.
Construímos a greve mais longa desde 2004, com 31 dias, e paralisamos mais de 13 mil locais de trabalho no País, que garantiu na sua resistência uma correlação de forças com os bancos e o governo, que resultou numa proposta global, para os contratos de direitos da categoria.
Esse acordo abrange 2016 e 2017, com reajuste de 8% este ano, com aumento real nas cestas alimentação e 13ª cesta alimentação (15%); vale refeição e auxílio creche (10%), com R$ 3.500,00 de abono indenizatório. Além disso, inflação mais 1% de aumento real no próximo ano.
Agregamos um novo direito, a licença paternidade de 20 dias e mantivemos assegurados todos os direitos existentes nos próximos dois anos.
O acordo bianual resguarda o direito dos bancários de bancos públicos e privados na mesa única da categoria. O mesmo contrato garante direitos iguais a todos os bancários, independente de governo. Isso nos blinda contra a onda de ajuste fiscal, que ameaça os direitos dos trabalhadores. Tudo aponta para que 2017 seja muito mais difícil que 2016. Os riscos de derrota não estão descartados e seguem com as propostas de reforma da previdência, reforma trabalhista, déficit no orçamento e o Estado mínimo.
Para continuar na luta para enfrentar essa difícil conjuntura, orientamos a aprovação dos acordos para efetivação dos direitos. Os grevistas junto com o Sindicato conseguiram o direito pra todos e, muito importante, a garantia de que os dias não trabalhados, não serão descontados e nem compensados, pois estão todos anistiados. Isso só foi possível, porque estivemos juntos, unidos; começamos juntos e encerramos juntos a greve.
O final dessa Campanha é o início das próximas. Vamos à luta. Nada nos foi dado. Só a luta nos garante!
Carlos Eduardo Bezerra, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará e membro do Comando Nacional dos Bancários