Os dois assaltantes chegaram de moto e em nenhum momento foram abordados pela segurança da Faculdade. Estavam vestidos de terno e calça jeans. O homem que anunciou o assalto estava com uma bolsa preta, de nylon, a tiracolo; para disfarçar o rosto, apenas óculos escuros. O comparsa, que entrou logo depois para dar cobertura, estava de boné.
O procedimento comum no local é que o vigilante pergunte o que o cliente precisa fazer no posto, por questão de controle e segurança. À pergunta, o ladrão disse que iria ao caixa, como a maioria das pessoas. A ação durou apenas quatro minutos, tempo suficiente para que levassem todo o dinheiro do caixa. Um dos bancários e o vigilante foram rendidos e tiveram revólveres apontados para a cabeça. Depois do assalto, os homens saíram tranquilamente. A placa da moto era fria.
Havia dois clientes no posto no momento da ação. Um deles também foi assaltado e já entrou com requerimento de restituição de valor pelo banco. O caso trouxe prejuízos psicológicos aos bancários, que sofreram trauma pós-assalto. Crise de choro foi a primeira reação, além do medo de rever o assaltante.
O penúltimo assalto ao posto do Santander foi cometido por um homem disfarçado de policial. À época, o bandido rendeu os bancários e chegou a pisar na cabeça de um dos trabalhadores.
Os diretores do Sindicato dos Bancários do Ceará, Eugênio Silva e Bosco Motta, visitaram o local e destacam que o posto do Santander na FGF é bastante vulnerável devido a sua localização e à falta de equipamentos de segurança. Não há porta giratória e apenas um vigilante fica de plantão. O fato de não haver um controle efetivo sobre todo o prédio da Faculdade agrava a questão da segurança. Além disso, as condições de trabalho dos bancários são péssimas, pois o espaço destinado ao posto é muito pequeno.
Frente à situação, o SEEB/CE está prestando assistência jurídica aos bancários e irá cobrar do Santander soluções relativas à instalação de equipamentos de segurança.
Em 2009 o Ceará foi palco de 23 ações contra bancos, entre assaltos, tentativas de roubo e “saidinhas” bancárias. Em 15 casos os trabalhadores bancários estiveram expostos à violência.
Em sete episódios funcionários e/ou clientes foram feitos reféns. Dois acontecimentos envolveram transporte de valores realizado por bancários, em táxis, no interior do estado.
Os casos mais violentos aconteceram em Jijoca de Jericoacoara, quando um PM e uma mulher ficaram baleados; em Novo Oriente, onde dois funcionários do Banco do Brasil foram seqüestrados e as famílias deles foram feitas reféns; e também no Banco do Brasil, em Jaguaruana, numa ação violentíssima em que seis assaltantes encapuzados deram vários chutes e coronhadas em quem estava dentro da agência no momento, atirando, em seguida, contra o gerente.