Diretores do Sindicato dos Bancários do Ceará estiveram reunidos com os representantes do Banco do Brasil discutindo no Fórum Sindical temas relacionados a questões de interesse do funcionalismo, na segunda-feira, dia 5/8, na sede da Super/CE. Uma novidade anunciada pelo banco é a criação de uma unidade administrativa do PSO para o Ceará e Piauí, em resposta à reivindicação do Sindicato por melhores condições de trabalho, e também a criação de uma unidade de TI para cuidar da infraestrutura e tecnologia do banco.
A pauta apresentada pelo Sindicato, representado por seu presidente, Carlos Eduardo Bezerra e os diretores Bosco Mota, José Eduardo Marinho, Léa Albuquerque, Gustavo Tabatinga, todos funcionários do BB, teve as seguintes demandas: os problemas físicos das estruturas do banco, pressão por metas abusivas, ameaça e descomissionamentos, assédio moral e desrespeito às leis de segurança bancária.
Pressão por metas e assédio moral – Nesses itens, o Sindicato fez questão de colocar ênfase, pois as reclamações dos funcionários crescem a cada dia. O BB, em nível nacional, tem colocado que não admite certas posturas de seus dirigentes, porém as reclamações que o Sindicato tem recebido dizem o contrário. O cotidiano do bancário é outra coisa totalmente diferente.
“As denúncias dão conta de que os Regionais pressionam os colegas, cobrando o que foi feito no dia de forma grosseira. O assédio moral é flagrante. Os bancários estão tomando remédio para aguentar a pressão. É gente doente nas agências e a situação se agrava com o Sinergia”, ressaltou o diretor do SEEB/CE, José Eduardo.
No tocante às metas, José Eduardo fez questionamentos quanto à orientação para funcionários fecharem vendas na retaguarda. “Metas sabemos que existem, mas o modo como é feita a cobrança é grosseira, desumana. Até colega licenciado está recebendo cobrança de meta. Essa situação é assustadora”, disse a diretora do SEEB/CE, Léa Albuquerque. Os diretores do Sindicato pediram providências urgente para essa situação.
Descomissionamentos – O debate do tema descomissionamento revelou o clima de terror instalado entre os funcionários. Bancários estão perdendo a comissão por, supostamente, não cumprirem as metas. Outros sofrem ameaça de descomissionamento pelo mesmo motivo: metas. “O modo como os colegas estão sendo tratados, deteriora as relações. O BB quer lucro e mais lucro e esquece os funcionários. Massacra”, disse o presidente Carlos Eduardo.
“Quem performar volta para o nível anterior”, afirmou o superintendente estadual do BB, Eloi Medeiros. Só que o Sindicato sabe que performar é encarar um jogo que muda as regras o tempo todo e o dono do jogo muda as regras ao seu bel prazer – com isso o Sindicato não concorda.
Para o diretor Bosco Mota, a insatisfação é geral, em Fortaleza e no Interior, principalmente nas regiões assoladas pela seca. “Como cumprir metas? Como vender num município arrasado pela estiagem?”, completou, lembrando também da situação das agências explodidas. Ele denunciou que o clima está levando gerentes à aposentadoria prematura.
Gustavo Tabatinga, do SEEB/CE, criticou a dinâmica do PSO, pediu posicionamento do BB com relação à segurança, pediu respeito ao ponto eletrônico e disse: “o Sindicato defende a jornada de trabalho do bancário. Se falta pessoal, por que os aprovados no concurso não são chamados?”. O diretor ainda falou que o BB não cumpre a lei do Estatuto de Segurança Bancária.
O Sindicato solicitou o agendamento de nova reunião para discutir PSO e GDP com urgência. A data será divulgada em breve.