SEEB/CE vai pleitear na Justiça a volta do sistema ponto a ponto no BNB

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O Sindicato dos Bancários do Ceará, com o apoio da Contraf-CUT, realizou dia 31/7, no Passaré, um protesto contra o fim do sistema ponto a ponto, transporte coletivo dos funcionários do Banco do Nordeste do Brasil, que teve seu fim decretado no último dia 1º/8, após cerca de 20 anos ativo.


“Tão logo soubemos do anúncio da extinção do sistema, procuramos a direção do Banco para manifestar a nossa discordância e solicitar que esse posicionamento fosse revisto e que o sistema fosse até melhorado para atender mais funcionários. Entretanto, a diretoria nos informou que essa é uma decisão que não será revogada”, esclareceu Tomaz de Aquino, diretor do SEEB/CE e coordenador da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB (CNFBNB), que assessora a Contraf-CUT na mesa de negociações com o Banco.


Diante das negativas, o Sindicato dos Bancários decidiu ajuizar ação coletiva na Justiça pleiteando o retorno do direito adquirido. “Através de uma decisão judicial que esperamos ser favorável, vamos pleitear que o BNB retorne o sistema ou apresente uma alternativa que não onere os trabalhadores. Nós temos histórico de recuperação de direitos na Justiça e vamos buscar recuperar mais este para os trabalhadores”, afirmou Tomaz. Ele ressalta porém que, independente da ação, o Sindicato vai continuar buscando abrir um canal de diálogo com a direção do BNB objetivando a reativação do sistema com um novo modelo que abranja um número maior de funcionários, inclusive.


Durante o ato, vários funcionários que usavam o sistema fizeram relatos de estarem se organizando para fretar transportes pagos de seus próprios bolsos devido ao fim do ponto a ponto.


“Lamentamos muito que a direção do BNB não leve em conta a questão da mobilidade urbana, quando poderia oferecer um sistema de transporte coletivo de qualidade, para contribuir com a redução dos engarrafamentos, com o meio ambiente”, relata Tomaz, afirmando que a justificativa da redução de despesas dada para o fim do ponto a ponto não convenceu. “Enquanto se corta uma despesa em prejuízo dos trabalhadores, os gastos com outras questões de privilégios estão gritantes dentro da Instituição, nos fazendo temer pela própria subsistência do Banco”, critica.


O vice-presidente da Contraf-CUT, Carlos Souza, também convocou todos à mobilização. “Não é uma questão de quantas pessoas usam o transporte, a questão é a retirada de um direito. Não podemos admitir nenhum tipo de corte de direitos, porque o que parece pequeno hoje, pode futuramente resultar num grande corte lá na frente”, disse. “Precisamos estar mobilizados para mostrar que não queremos virar nenhum Bradesco, nenhum Itaú, e sim nos consolidarmos como perfil de banco de desenvolvimento. É muito triste ver a população do Brasil inteiro se mobilizar por transporte público de qualidade e o BNB, um banco estratégico, tirar transporte dos trabalhadores. Precisamos mostrar ao Banco que ele tem uma tarefa de ser social e responsável de fato”, finalizou o dirigente da Contraf.